sábado, 25 de setembro de 2010

O PODER IMAGÉTICO COMO INSTRUMENTO DE MANIPULAÇÃO








É comum nestes dias de incertezas creditarem a culpa pelos infortúnios da nação a um grupo de indivíduos ou a um individuo em particular. Na busca por bodes expiatórios, são contratados especialistas nas mais diversas áreas para diagnosticar os motivos que permitiram que o desequilíbrio e a instabilidade se instalassem. No caso do Brasil, a culpa recai, sobretudo, naqueles que são os responsáveis diretos pelo nosso crescimento, ou seja, nossos governantes. O povo não quer saber das razões que precipitaram a crise ou das projeções estatísticas dos tecnocratas que se amontoam nestes momentos para dar palpites ou conselhos de última hora. Quer respostas rápidas e explicações precisas e sem rodeios sobre a situação. Se não as encontra, descarrega sua frustração no governo vigente, considerando o mesmo incompetente e incapaz de dar soluções viáveis ao problema.

No mundo da política, bem como nos bastidores do poder, joga-se com as palavras e com os números na tentativa de dar respaldo de confiabilidade a difícil arte de governar. Os números e as palavras seriam os recursos de manipulação da opinião coletiva visando o estabelecimento de uma concordância e, também, de uma aceitabilidade às medidas adotadas e às políticas implantadas. Nestes casos a impopularidade pode ser muito nociva à imagem de um governo estabelecido pelo povo. Portanto, os índices estatísticos e as palavras usadas em momentos decisivos, criariam uma cortina de fumaça que impediria a visualização dos fatos em sua realidade plena. Uma espécie de engodo para desviar do foco as atenções até que se tenha uma solução em vista.

No jogo do poder as imagens podem falar muito mais alto do que atitudes. Dentro destes limites pré-estabelecidos deliberadamente pelos mandatários à testa do governo, o poder e a influência das palavras aliadas às imagens produzem muito mais resultados satisfatórios do que discursos destituídos de valor imagético. Os publicitários conhecem muito bem o poder sedutor de tais procedimentos, e não abrem mão de usá-los como querem e na hora que quiserem, se isso de algum modo for útil para melhorar a imagem negativa de um governante ou lhe dar vantagens eleitorais.

O poder de opinião fomentado pelas imagens e a ilusão criada em torno delas pode mudar drasticamente o rumo de uma campanha, conduzindo assim pela manipulação os interesses do povo para eleger determinado candidato ou acatar determinado programa político sem quaisquer questionamentos adicionais.

Uma destas estratégias é enfocar as qualidades e as virtudes do potencial candidato dando a ele a notoriedade e a função de salvador da pátria. Uma espécie de Messias que tem uma fórmula mágica ou uma carta na manga para sacar na hora em que for preciso; e, num dado momento todos os problemas serão solucionados. Podemos constatar esta realidade do poder ilusório dos ícones criados, durante a campanha de Fernando Collor de Mello à presidência da república. Usou-se na época o poder das imagens para explorar a paixão popular e estabelecer entre o povo e o então candidato certa empatia que culminou na eleição de Collor à Presidência. A vinculação da imagem criada ao próprio personagem criado para tal finalidade eleitoral foram eficazes para alcançar os resultados pretendidos e incensar o mesmo à posição de mandatário da nação.

Com Lula não foi diferente. A exposição da imagem do sindicalista perseguido pelo governo militar no período ditatorial, ligado aos operários do ABC paulista e às lutas contra as imposições patronais renderam-lhe o reconhecimento nacional. A figura do homem pobre que luta com “unhas e dentes” para vencer na vida, e, posteriormente, alcança um lugar de destaque no cenário político da nação como líder do PT é o carro chefe para encorpar a figura do herói que supera todos os obstáculos para alcançar o seu objetivo maior. Um prato cheio na mão dos hábeis mestres da criação publicitária e da produção de resultados. Lula é um ícone criado para esta finalidade. Um pacote vendido com sucesso pelos magos da imagem e formadores de mitos.
É comialistas nas mais diversas áreas para diagnosticar os motivos que permitiram que o desequilíbrio e a instabilidade se instalassem. No caso do Brasil, a culpa recai, sobretudo, naqueles que são os responsáveis diretos pelo nosso crescimento, ou seja, nossos governantes. O povo não quer saber das razões que precipitaram a crise ou das projeções estatísticas dos tecnocratas que se amontoam nestes momentos para dar palpites ou conselhos de última hora. Quer respostas rápidas e explicações precisas e sem rodeios sobre a situação. Se não as encontra, descarrega sua frustração no governo vigente, considerando o mesmo incompetente e incapaz de dar soluções viáveis ao problema.

No mundo da política, bem como nos bastidores do poder, joga-se com as palavras e com os números na tentativa de dar respaldo de confiabilidade a difícil arte de governar. Os números e as palavras seriam os recursos de manipulação da opinião coletiva visando o estabelecimento de uma concordância e, também, de uma aceitabilidade às medidas adotadas e às políticas implantadas. Nestes casos a impopularidade pode ser muito nociva à imagem de um governo estabelecido pelo povo. Portanto, os índices estatísticos e as palavras usadas em momentos decisivos, criariam uma cortina de fumaça que impediria a visualização dos fatos em sua realidade plena. Uma espécie de engodo para desviar do foco as atenções até que se tenha uma solução em vista.

No jogo do poder as imagens podem falar muito mais alto do que atitudes. Dentro destes limites pré-estabelecidos deliberadamente pelos mandatários à testa do governo, o poder e a influência das palavras aliadas às imagens produzem muito mais resultados satisfatórios do que discursos destituídos de valor imagético. Os publicitários conhecem muito bem o poder sedutor de tais procedimentos, e não abrem mão de usá-los como querem e na hora que quiserem, se isso de algum modo for útil para melhorar a imagem negativa de um governante ou lhe dar vantagens eleitorais.

O poder de opinião fomentado pelas imagens e a ilusão criada em torno delas pode mudar drasticamente o rumo de uma campanha, conduzindo assim pela manipulação os interesses do povo para eleger determinado candidato ou acatar determinado programa político sem quaisquer questionamentos adicionais.

Uma destas estratégias é enfocar as qualidades e as virtudes do potencial candidato dando a ele a notoriedade e a função de salvador da pátria. Uma espécie de Messias que tem uma fórmula mágica ou uma carta na manga para sacar na hora em que for preciso; e, num dado momento todos os problemas serão solucionados. Podemos constatar esta realidade do poder ilusório dos ícones criados, durante a campanha de Fernando Collor de Mello à presidência da república. Usou-se na época o poder das imagens para explorar a paixão popular e estabelecer entre o povo e o então candidato certa empatia que culminou na eleição de Collor à Presidência. A vinculação da imagem criada ao próprio personagem criado para tal finalidade eleitoral foram eficazes para alcançar os resultados pretendidos e incensar o mesmo à posição de mandatário da nação.

Com Lula não foi diferente. A exposição da imagem do sindicalista perseguido pelo governo militar no período ditatorial, ligado aos operários do ABC paulista e às lutas contra as imposições patronais renderam-lhe o reconhecimento nacional. A figura do homem pobre que luta com “unhas e dentes” para vencer na vida, e, posteriormente, alcança um lugar de destaque no cenário político da nação como líder do PT é o carro chefe para encorpar a figura do herói que supera todos os obstáculos para alcançar o seu objetivo maior. Um prato cheio na mão dos hábeis mestres da criação publicitária e da produção de resultados. Lula é um ícone criado para esta finalidade. Um pacote vendido com sucesso pelos magos da imagem e formadores de mitos.
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sábado, 11 de setembro de 2010

Uma Verdade Inconveniente



Verdadeiramente não temos muito que falar diante destas lamentáveis imagens que temos assistido no mundo gospel. A alienação e apostasia evangélicas tomam contornos cada vez mais abomináveis em nossos dias. Em muitos arraiais cristãos centralizaram um 'evangelho' sem cruz e sem vínculos com os postulados apostólicos. 

Estamos vendo o abominável entrando pelas portas dos templos cristãos contrariando todas as advertências da Palavra de Deus. Na verdade, vivemos um tempo em que os homens não estão mais suportando a sã doutrina como bem nos alertou o apóstolo Paulo. Tal insensibilidade é perceptível em nosso meio de modo flagrante. A atmosfera deste mundo para os cristãos que prezam a verdade do Evangelho de Cristo está ficando cada dia mais rarefeita. A babilônia anticristã está em formação, dela devemos fugir em obediência às admoestações apostólicas que nos dizem:"Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas" (Ap 18.4). 

Fujamos depressa enquanto é tempo para a verdadeira doutrina apostólica e unamo-nos em uníssono com aqueles que amam ao Senhor e carregam consigo o seu vitupério. “Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério (Hb 13.13).

Soli Deo glória!

sábado, 5 de junho de 2010

VERDADE E LIBERDADE DE EXPRESSÃO EM XEQUE

 
Assistimos, não mais tão atônitos, o recrudescimento de políticas que procuram cercear nossa liberdade de dizer o que pensamos segundo a Palavra. O que parece, estamos diante todo um processo de preparação para a implementação de um regime autoritário e impositivo que ditará o que devemos ou não fazer e pensar neste mundo ou mesmo em nossos púlpitos.

Li recentemente, no site do Júlio Severo, sobre a prisão do pregador de rua inglês Dale McAlpine por pregar contra o homossexualismo. O mesmo foi levado algemado pela polícia à delegacia e autuado sob a lei de ordem pública, que segundo The Telegraph “tem sido usada para prender pessoas religiosas em muitos casos semelhantes” No momento, aguarda o seu julgamento e será defendido no tribunal pelo Instituto Cristão, uma organização que monitora casos de perseguição e oferece assessoria jurídica.

Podemos perguntar: O que está acontecendo? Para onde estão indo os valores cristãos do mundo ocidental? É espantoso contemplarmos que cada vez mais as pessoas acham isso normal. Mesmo que a Bíblia seja contrária a tais comportamentos, muitas pessoas preferem seguir o que diz a multidão, não se importando com as advertências bíblicas sobre o juízo divino que se abaterá sobre todos aqueles que praticam e condescendem com tais práticas abomináveis e perniciosas.

Vivemos uma época de pessoas insensíveis que já não sofrem mais a sã doutrina. Estamos diante de uma crise de valores morais e éticos sem precedentes na história, e como resultado deste desleixo para com as coisas santas, nossa sociedade ímpia colherá os frutos de seu pecado e indiferentismo para com a verdade. 

O apostolo Paulo é enfático ao se referir ao homossexualismo e aos seus simpatizantes, vejamos; “Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.” (Rm 1.32). Nossa sociedade pode até ignorar o que a Bíblia diz, mas é inegável a constatação que tal comportamento traz sobre si toda sorte de malignidades. Se os homens não se arrependerem de suas práticas odiosas receberão a justa retribuição pelos seus atos. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo ! ( Hb 10.31).


Certamente chegará o dia em que teremos de demonstrar se somos de fato crentes ou não, se obedecemos ao Senhor ou aos homens. Se for preciso ser presos ou perseguidos por amor a Cristo e se esta for a sua vontade, que possamos nos sentir honrados em sofremos por Ele e seu Evangelho. Se nos tirarem do púlpito para a cela fria, mesmo ali o nosso testemunho continuará intacto e a nossa mensagem inalterável. Assim como Jeremias, João Batista, Pedro, Paulo e tantos outros servos que sofreram perseguições por causa do nome do Senhor, nos sentiremos bem aventurados e estaremos também enquadrados nestas maravilhosas e consoladoras palavras de Jesus: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” (Mt 5.11,12). 
 
 
Soli Deo Glória!


 

sexta-feira, 4 de junho de 2010

MESMICES, SUBVERSÃO E ARTE



Eu acho, desculpe o meu achismo, que todas as coisas estão chegando a seu limite. Assim, como todos os elementos no mundo caminham e estão chegando ao seu ápice, indubitavelmente, todas as manifestações sejam estas culturais, sociais ou religiosas também caminham para um desfecho à medida que caminhamos para o que alguns chamam de fim da história; mas eu prefiro crer no fim desta era mundanizada e sem Deus.

Obviamente, que em todas as expressões artísticas ou mesmo nos atos criativos dos homens existe uma mesmice característica que aponta para uma repetição do que já foi ou uma imitação ainda que distante de alguma coisa que já existiu em algum tempo remoto. Como bem dizia Salomão: "Nada há de novo debaixo do sol" ( Ec 1.9).

Até mesmo a técnica ou téchne é a repaginação das técnicas primitivas que já existiam e que, foram apenas aperfeiçoadas para serem usadas com mais eficiência na modernidade. Os meios, as formas, os princípios, as leis que regiam os processos eram os mesmos, porque:"O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol" (Ec 1.9).

Na minha concepção somente Deus cria novo, o inédito, o nunca dantes visto ou experimentado. Na verdade, tem certa razão a máxima que diz que “nada se cria, tudo se copia". No campo das artes e das ciências percebe-se uma busca frenética pelo novo, pelo revolucionário, pelo chocante, pelo que pode chamar a atenção de um ilimitado número de pessoas ao redor do mundo. A era da informação favorece a criação e a venda de ilusões, mas tudo não passa de apenas pastiche.

Os movimentos artísticos ricocheteiam velhas informações com novas roupagens com o intuito de causar a sensação de que produziram o novo, pura balela. O novo, na verdade, existe apenas no inconsciente coletivo dos que foram manipulados pelas hábeis mãos dos formadores de opinião para que acreditassem na idéia que estão diante do fantástico.

Não quero dizer com isso que sou contra manifestações artísticas, mas demonstrar que toda arte traz em seu bojo uma série de idiossincrasias que são próprias de uma época e de um determinado momento histórico, mas que todas estas manifestações são apenas o conjunto de verdades que foram tecidas pelos homens ao longo dos séculos, e apenas ampliadas, renomeadas, transformadas conceitualmente para atender os apelos ou tendências de um grupo em particular na sociedade que pensa de modo dissonante dos demais.

A Semana de Arte Moderna destoou dos parâmetros da arte tradicional porque a sua proposta era exatamente o choque entre o conservador e dito “moderno" nas artes em geral. O choque entre estes dois mundos propiciou a eles maior visibilidade e repercussão. O tabu de uma época lhes serviu como via de emancipação artística e deslanche de idéias que já subjaziam em seus conscientes. Como numa ação em cadeia, a Semana de Arte Moderna foi estopim para que muitos se lançassem a uma arte vanguardista que não tinha nenhuma pretensão de seguir o politicamente correto. Subverter o antigo sentido de arte era a proposta maior dos seus proponentes.

UM DEUS DE SURPRESAS



Verdadeiramente Deus tem sempre uma surpresa a nos apresentar no decorrer da existência. Em sua presciência já nos reservou boas dádivas em Cristo, e à medida que crescemos em comunhão e intimidade com Ele, mais novidades nos são descortinadas.

Eu creio que seja o desejo pleno de Deus abençoar seus filhos. Não é à toa que Paulo escreveu estas palavras, vejamos: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef 1.3). Ora, se Ele nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais é porque deseja que vivamos uma vida de plenitude Nele, ou seja, que não tenhamos falta de nada; mas que sejamos supridos de continuo com a sua graça benfazeja.

O próprio Senhor Jesus em seu discurso deixou claro que Deus é abençoador dos homens, e deseja lhes  conceder o seu Espírito. Ser cheio do Espírito é uma das características de quem de fato é abençoado pelo Altíssimo. Atente para o que Jesus diz: "Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" (Lc 11.13).

Jesus deixa claro que assim como pais terrenos sabem dar boas coisas aos seus filhos, devemos também confiar que o Senhor fará melhor do que eles. Afinal de contas, o nosso Deus nos ama e ainda que tenhas que passar por provas e tribulações na jornada, tudo é apenas parte do processo de aprendizagem que conduz a experiências mais notáveis com Deus. Paulo assevera: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação, produz para nós um peso terno de glória mui excelente". (2 Co 4.17).

O presente maior que podemos receber certamente neste mundo é a nossa salvação. O fato de sermos eleitos de Deus e chamados por Ele para sermos participantes de suas santas vocações e sofrimentos é para nós algo extraordinário. Entrar nos céus, portanto, será o coroamento desta esperança. Nenhum sofrimento ou aflição pode se compara com a glória que em nós há de ser revelada. (Rm 8.18). Já recebemos o presente, guardemo-lo até o fim para que ninguém nos tome o gostinho de contemplarmos novos céus e nova terra nos quais habitam a justiça.


Soli Deo Glória!

terça-feira, 1 de junho de 2010

UM FALSO DISCURSO




Ser perseguido é o que muitos crentes na atual conjuntura não desejam. A igreja hodierna ajusta a sua teologia e o seu discurso aos novos paradigmas da modernidade, e no afã de agradar a gregos e troianos adota o expediente "politicamente correto" de não ferir susceptibilidades alheias. No entanto, à medida que amolda a sua dialética a esse falso discurso, cada vez mais perde de vista a sua missão profética de denunciar os desvios dos homens, sejam estes, crentes ou não crentes. 
Quem pode dizer como João Batista: "E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” (Mt 3.7). Ou como Jesus: "Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.33).

Os profetas, Jesus ou João batista não se importavam com susceptibilidades e nem tampouco se a suas mensagens seriam ou não aceitas; ou ainda se iriam ou não para a cadeia ou mesmo para morte por falar a verdade. “O que importava era falar o que Deus queria que fosse falado.” Quem tem ouvidos para ouvir ouça “(Mc 4.9).
Se temermos ser presos ou perseguidos por falarmos a verdade é porque ainda não fomos exercitados plenamente em nosso íntimo pela mesma. Amoldamos-nos a um estilo cristão medíocre. Amamos o bem-estar e o comodismo e a nossa vida sem relevo nos faz viver um pseudo-cristianismo de aparências que não leva em si as marcas da renúncia e da abnegação em prol do Reino Cristo sobre a terra. Como bem disse Orlando Boyer no livro os heróis da fé: “O Salvador espera e o mundo carece."
E o que o salvador espera de nós? Permita-me colocar algumas coisas:
1.  Espera nosso despertamento para que façamos a sua obra com denodo. 
2. Espera que despertemos do sono indolente para que com fervor possamos bradar bem alto: Jesus Salva, cura, batiza com Espírito Santo e leva para o céu. Simples?
Era esse o tema dos dois moços suecos (Daniel Berg e Gunnar Vingren), que desembarcaram no Brasil com uma chama peito e uma bíblia na mão.
Que possamos nós voltar à simplicidade do evangelho antes que seja tarde demais para isso. O tempo se abrevia e o que podemos fazer, façamos logo em nome de Jesus.
“Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus" (Ef 5.14-16).

sábado, 29 de maio de 2010

ADMOESTAÇÕES E ALERTA


Precisamos estar alertas, irmãos. Porque o nosso Senhor está voltando e os sinais extraordinários que atestam este fato não são poucos. Mas do que nunca precisamos ser sóbrios e vigilantes, atentando sempre para a verdade da palavra. O engano como sabemos está crescendo vertiginosamente e a falta de valores e ética cristãs já são uma  realidade incontestável em nosso meio. Onde iremos parar com tudo isso?

Em outros tempos, os obreiros dedicados à obra do Mestre, faziam-na por amor não se importando com as distâncias ou os sacrifícios. Hoje, não se contentam mais com o "dai de graça o que de graça recebestes" ( Mt 10.8). Querem status, poder, cargos políticos, riquezas e fama. A torpe ganancia nunca foi tão fragrante como em nossos dias. As advertências apostólicas tem sido ignoradas e o mal parece avançar livremente em muitos púlpitos  e ministérios. Pedro declara: " Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto" ( I Pe 5.12).

O deus do Capitalismo cativa os seus escravos com tanta tenacidade que inventou-se um novo evangelho superficial e barato - o evangelho da prosperidade. Mamom é personificado em tais cultos pelos seu ministros "avatares" nauseabundos pelo dinheiro, cujo amor é a raiz de todos os males ( I Tm 6.10). Que Deus nos guarde destas ervas daninhas traiçoeiras que se alastram na seara e nos proteja dos ventos da apostasia que grassa pelo mundo nestes tempos finais. Que o Senhor nos dê discernimento para que com todo equilibrio bíblico possamos estar atentos ao ressoar da trombeta de Deus que em breve soará. Vejam as palavras de Paulo :

"Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados;Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados".(I Co 15.51,52 ).

Que nestas verdades possamos permanecer até o fim! Amém!







 

sábado, 13 de março de 2010

UM ENCONTRO SALVÍFICO



Crer abre a porta para o milagre da Salvação na vida do homem ou da mulher. No episódio da mulher samaritana, o fato de ter recebido em seu coração a revelação de quem era realmente aquele que falava com ela, não só possibilitou-lhe ter a acesso a tal bem-aventurança eterna, como também aos que lhe rodeavam, seus parentes, vizinhos, amigos (Jo 4.39).

As conseqüências do recebimento da Graça no coração repercutem poderosamente sobre a existência, mudando totalmente toda a trajetória de uma vida.

Podemos claramente ver esta verdade de transformação espiritual produzida pela fé daquela mulher em Jesus. Antes vivendo uma vida de adultérios seguidos, conforme se depreende das palavras de Jesus em João 4.18: "Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido".

No entanto, após aquele encontro salvífico a sua vida pôde tomar um outro rumo. Naquele mesmo momento se percebeu o resultado da ação da fé. Ela testemunhou das palavras de Jesus aos samaritanos que creram em suas palavras e testemunho, recebendo, por conseguinte, a palavra da fé em seus corações. Vejamos:

"E muitos dos samaritanos daquela cidade creram nele, pela palavra da mulher, que testificou: Disse-me tudo quanto tenho feito" (Jo 4.39).

sexta-feira, 12 de março de 2010

TEMPOS FINAIS


Os últimos dias da Igreja na terra, antes do arrebatamento, seriam marcados por uma avalanche de modismos e desvios doutrinários sem precedentes em toda a história. O próprio Senhor Jesus Cristo advertiu de antemão aos seus apóstolos sobre tais mudanças que se dariam, bem como os exortou a permanecer firmes na verdade que receberam a fim de não serem envolvidos pelos ventos do erro e, tampouco, ludibriados por hábeis enganadores que surgiriam no cenário de apostasia dos tempos finais.

Decorridos 21 séculos de história eclesiástica, parece-nos óbvio que os vaticínios proferidos nas Sagradas Escrituras cumprem-se aceleradamente, e que, o quadro de apostasia desenhado no passado e descrito fielmente pela pena dos apóstolos de Jesus, na Bíblia, está se dando concomitantemente diante de nossos olhos com uma precisão tão perfeita como somente a mão divina poderia prever. Deus em sua presciência concedeu tais revelações a sua Igreja tendo em vista que a mesma se precavesse dos ataques do pai da mentira e permanecesse incólume aos golpes desferidos pelas trevas.


Desde os dias apostólicos até os nossos dias, a Igreja de Deus na terra percorreu um longo caminho de lutas e perseguições. Por vezes as trevas tentaram ofuscar o testemunho cristão e impedir o curso da luz aos corações famintos pela verdade. Nos momentos mais decisivos de sua história, no entanto, a Igreja nunca deixou de contar com a ajuda do alto, com a poderosa ação do Espírito Santo a lhe instilar a verdade no íntimo e a fé nas promessas daquele que nunca falhou, e jamais falhará.

Sob este ímpeto de inspiração e esperança na Verdade do Evangelho não poucos perderam suas vidas nas arenas romanas, nos jardins de Nero, nos instrumentos de tortura, nas fogueiras da Inquisição e nos terríveis calabouços da Idade Média. Acossados e humilhados pelos inimigos da cruz, permaneceram firmes até a morte, porque buscavam a pátria que há de vir. É a estes heróis, anônimos ou não, que o escritor de Hebreus dedica todo o capitulo11. Considero tal capítulo como um memorial à fé e a esperança de todos aqueles que vivendo no mundo, buscam com fervor a eterna morada dos justos – a Jerusalém Celestial – “a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Hebreus 11.10).

Nos dias que antecedem o rapto da noiva do Cordeiro, tais palavras são importantes para produzir em nós tremor e temor diante daquele que nos chamou para vivermos por Ele e por sua Palavra. Nestes dias de engano e afastamento da fé, a vida despojada dos padrões deste mundo e piedosa dos santos do Antigo Testamento deveria nos deixar corados de vergonha e, sobretudo, imprimir em nós o desejo de imitar-lhes as pisadas e o exemplo de fidelidade ao Senhor que morreu na cruz.

No entanto, percebe-se que quanto mais tempo passa, mais profana e abominável vai ficando a cristandade. A luz que outrora brilhou em tempos áureos parece estar fenecendo ante a influência do mundanismo e a ação de falsas doutrinas que se aninharam nos corações de muitos crentes. Diante de tais fatos, alguns até já mencionam a necessidade de uma nova reforma que conduza o povo de volta a Palavra de Deus e lhe imprima um novo animus espiritual – um retorno ao verdadeiro Evangélico bíblico.

Indubitavelmente, está entronizado em muitos púlpitos um outro evangelho. Um Evangelho sem cruz e sem sofrimento. Um evangelho de resultados temporais e de uma busca insana por valores efêmeros, um modelo de Cristianismo que se contrapõe à doutrina de Cristo e aos ensinos apostólicos. Em suma, um evangelho fermentado e falsificado que nega a eficácia da verdade exposada nas Sagradas escrituras e envergonha o testemunho dos santos homens do passado. Conta-se que um grande pintor fora convidado para pintar o desenho do apóstolo Paulo no frontispício de uma determinada igreja italiana. De propósito, o hábil artista deixou coradas de vermelho a face do apóstolo. Ao perceberem o rubor que se destacava na silhueta paulina, alguns religiosos que ali passavam, criticando a obra, perguntavam ao mestre de artes:

- Por que ele está com as faces tão rosadas? Ao que o pintor lhes respondeu:
- Ele cora de vergonha por ver todas as vossas iniqüidades.

Tal ilustração serve-nos como um exemplo que revela profundamente os verdadeiros sentimentos do Senhor em relação a sua Igreja na terra e para com aqueles que se dizem chamados pelo seu nome. Com certeza o Senhor sente ojeriza em contemplar tanta mentira no lugar da verdade, tanta impureza no lugar da santidade e tanta apostasia no lugar da Sã Doutrina. Esse é o evangelho que não glorifica ao Senhor, pelo contrário, provoca-lhe repugnância e tristeza.

domingo, 7 de março de 2010

UMA VOZ NO DESERTO


Nestes dias de engano generalizado a pregação se tornou apenas mais um entretenimento no final do culto do que palavra profética vinda do alto. Bem diferente de João, o Batista; os pregadores da atualidade preferem amoldar os seus discursos ou prédicas ao desejo da multidão. Para eles o que importa é não ferir susceptibilidades com mensagens duras e exortações severas, caso contrário serão taxados de legalistas ou santarrões. Mensagens duras não vendem CDs, DVDs, etc... Nem rendem outros convites para pregar. É melhor o evangelho psicologizado da auto-ajuda do que a verdadeira pregação expositiva que irá desnudar as entranhas da alma dos ouvintes.

No entanto, João não se importava com o que pensavam dele ou de sua pregação. Sua missão era ser "a voz do que clama no deserto" (Is 40.3; Mt 3.3;Mc 1.3; Lc 3.4; Jo 1.23). A sua mensagem era incisiva e judiciosa, pois o seu alvo era despertar os corações acerca do seu lastimável estado pecaminoso afim de que alcançassem arrependimento.


Ele não poupava ninguém. Por mais ilustres ou poderosos que os homens sejam, todos são pecadores e necessitam voltar para Deus. Não se pode fazer distinção ou favorecer um em detrimento de outro pelo fato de estarem em posições distintas na sociedade. O que vale para o plebeu também vale para o rei. Porque a Bíblia diz: “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só" (Rm 3.12). E, ainda: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23).

João, o batista tinha esta consciência. Não é à toa que erguia sua voz com indômito valor para denunciar as obras infrutuosas das trevas exatamente naqueles que se julgavam conhecedores da Lei, os arrogantes fariseus. Vejamos:

"E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; E não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo. E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará" (Mt 3.7-12).

Será que o Evangelho que estamos pregando se coaduna com as citações bíblicas supracitadas? Será que como João, o batista temos coragem de dizer a esta geração perversa estas mesmas palavras: "Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento" (Mt 3.7,8).

Se não, precisamos rever nosso conceito de pregação e do próprio Evangelho que estamos seguindo. Agradar ao Senhor da Igreja é mais importante do que receber os elogios dos homens.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CRENTES SEM ESCRÚPULOS



Vivemos uma época de homens sem escrúpulos, de autoridades sem escrúpulos, de pastores sem escrúpulos, de crentes e mais crentes sem escrúpulos! Se no mundo o angu já embolou de vez, no mundinho 'Gospeliano' habitado por charlatães e pseudocrentes travestidos de ovelhas ninguém sabe quem é quem.

É uma lástima que supostos "servos de Deus”, digo supostos, porque verdadeiros crentes renascidos e que conhecem a Jesus não transigem com o erro e, nem tampouco, participam de espetáculos deprimentes de concordância com o que é ilícito.

Isto porque crentes legítimos seguem a risca o que Paulo disse aos Filipenses. Vejamos: "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). E, também, o que está em Apocalipse: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda” (Ap 22.11).

Por esta razão sempre reitero que existe uma minoria que, seguindo a Palavra e tendo temor e tremor diante da mesma não dão lugar em seus corações a tais atos criminosos. Muitos podem até dizer: você está pegando pesado! Mas, não é isso mesmo?! Qual a diferença de um falsário, um estelionatário ou de um prestidigitador para um crente que compra mercadoria pirata ou piratea? Eu acho que nenhuma. Todos estão de igual modo transgredindo a lei, e todos nós sabemos que aqueles que transgridem a lei são transgressores. Não existe meio termo. Tiago declara: "Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17).

Quer palavra mais incisiva do que está? Se não acatamos o que está escrito como podemos dizer que somos crentes em Jesus? Não podemos coadunar com os conceitos e padrões deste mundo, nem ir pela cabeça de uma maioria que acha que está certa. Perfilemos sempre ao lado daqueles que mesmo sendo taxados de quadrados, antiquados; permanecem incólumes diante de suas próprias consciências e diante do Deus Vivo a quem prestaremos contas de nossas obras – sejam boas ou más. Lembremos, pois, com tremor e temor a admoestação de Hebreus: "Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hb 10.31).


Que a Graça do Senhor Jesus inunde os vossos corações e mentes!




Soli Deo Gloria!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sabedoria ou Loucura?


“Porque vê que os sábios morrem, que perecem igualmente o louco e o bruto e deixam a outros as suas riquezas” (Sl 49.10).

Estes versículos apresentam a realidade da vida humana sobre a terra, ou seja, sempre tendo o seu desfecho com a morte. O interessante nesta observação é que ninguém pode escapar do derradeiro dia em que terá que descer à tumba fria, salvo aqueles que pela vontade de Deus não passarão pela morte, uma vez que serão arrebatados para estarem para sempre com o Senhor (I Ts 4.13-18). Destaquei de propósito os verbos morrem e perecem que aparecem no verso supracitado. Eles indicam a cessação da vida física, fato que acomete a todos os homens sobre a terra. O mais notável aqui é que os verbos se referem indistintamente a duas classes de pessoas – sábios e tolos.

O que isso nos diz? Diz-nos que a morte é uma conseqüência do pecado (Gn 2.17; Rm 5.12) e, portanto, todos os homens por mais ilustres ou capazes que possam parecer não conseguirão escapar dela. Sabedoria e poder podem dar a um indivíduo alguma vantagem sobre outros homens nesta vida, mas são inúteis no que tange a ter alguma prerrogativa sobre o dia da morte (Ec 8.8). É debalde a luta dos homens para fugir do “rei dos terrores” (Jo 18. 10-14).

Este assunto levanta uma outra questão que deve ser ponderada. Se todos são no tocante a existência, mortais, e, se um dia todos haverão de deixar o mundo; então por que perder tempo com fatuidades e orgulho tolos? Por que insistir em demonstrar superioridade ou mesmo maior capacidade intelectual se tudo será num relance desfeito por ocasião do golpe fatal da morte? No cemitério da minha cidade existe uma placa com o seguinte epitáfio: “Aqui todos os homens são iguais” (Ler Jó 3.17,19). Com uma ressalva, iguais no tocante à mortalidade, à efemeridade existencial. Contudo, diferentes no que diz respeito à ressurreição. A Bíblia diz que uns ressurgirão para a salvação, ao passo que outros, para a vergonha e o desprezo eterno ( Dn 12.2; Jo 5.29). Eis a grande e significativa diferença. “Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve” (Ml 3.18). Assim nos declara a escritura.

Podemos perguntar: Onde está Voltaire, Russel, Hume, Lênin, Schopenhauer e outros ilustrados deste mundo? Os tais vociferaram contra os céus e desdenharam do caminho da graça. Mas, e agora? Onde estão todos eles? Tolos! Todos se tornaram cinzas! Como disse o salmista: “volveram ao seu pó” (Sl 90.3). Agora, se encontram silenciados aqueles que uma vez menearam a cabeça contra os céus desferindo mordazes zombarias contra o Altíssimo em seus escritos profanos. Quantas almas não foram destruídas por tal veneno? Quantas mentes não foram embotadas acerca da verdade pelas falácias destes servos do Diabo? Mas, agora, ei-los ali humilhados! Sentenciados ao eterno desterro por terem rejeitado a Sabedoria. Mas uma vez o salmista diz: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17).

Qual a distinção entre um sábio e um louco por ocasião da sua morte? Qual o valor dos seus livros quando adentrar pelos umbrais da eternidade? De que terá adiantado ter obtido as mais altas honrarias e títulos nesta geração ante a realidade do castigo eterno? De que importará se estudou em Oxford, Cambridge, Harvard, ou Soborne se nunca foi conhecido nos céus? Os grandes homens da ciência ou os pensadores do passado que se esqueceram de Deus em suas vidas, e, nem tampouco lhe prestaram culto, foram tão loucos ou talvez mais loucos do que aqueles que nasceram destituídos de juízo, como é o caso dos brutos sem razão. 

Na verdade, muitas vezes já assistimos espetáculos de insanidade daqueles que se acham os donos da verdade e, que, por tal sentimento egóico e eivado de orgulho destilam seu veneno através de comentários mordazes e cheios de virulência. Tais insensatos aproveitam-se muitas vezes de catástrofes e desgraças para fazer questionamentos levianos sobre a soberania de Deus e a sua vontade. Perguntam: Onde está Deus quando sofremos? Ou: Por que Deus permitiu esta ou aquela mortandade? 

Estas irreflexões foram levantadas e são levantadas por muitas pessoas diante do caos produzido pelas guerras, pela fome, pelos fenômenos da natureza e por razões que fogem ao nosso controle e explicação. Mas tal comportamento não é novo. Os mesmos pensamentos e questionamentos diante do que não podemos explicar já se deram em outras épocas da história, e sempre com o mesmo viés inquiridor: Onde está Deus?

O século XIX foi marcado por uma profunda crise de esperança quanto ao futuro. Diante do quadro de destruição e miséria resultantes do fim da guerra napoleônica e do fim das utopias revolucionarias, toda Europa mergulhou numa abissal agonia existencial. O pessimismo, a descrença e a sombra de morte eram parceiros inseparáveis e inclementes senhores do pensamento coletivo. Nesta época, surgem como vozes de seu tempo, um grupo de poetas chamados pessimistas. Durant (2000, p.285) sobre eles declara:

[...] “A primeira metade do século XIX levantou, como vozes da época, um grupo de poetas pessimistas – Byron na Inglaterra, De Musset na França, Heine na Alemanha, Leopardi na Itália, Pushkin e Lermontof na Rússia; um grupo de compositores pessimistas – Schubert, Schumann, Chopin, e até mesmo o Beethoven de sua ultima fase (um pessimista tentando se convencer de que era um otimista) e, acima de tudo, um filósofo profundamente pessimista - Artur Schopenhauer?” [...]


O espírito melancólico e soturno de uma geração espavorida pelos fantasmas da barbárie aflorava nas manifestações artísticas e contaminava todas as esferas e vertentes culturais. A violência virulenta que se exacerbou com a Revolução Francesa e o legado de terror deixados pela era Napoleônica imprimiram de forma indelével certo medo ou receio de se viver. Com o futuro tão incerto e com o desmoronamento dos pilares ideológicos que nortearam o ideário europeu do século XIX, morrer não parecia uma idéia assim tão terrível.

Os sábios, sempre os sábios, são os arquitetos da razão e também da insensatez. Suas idéias embora muitas vezes brilhantes e úteis para o alargamento de nossa compreensão sobre o mundo e das coisas, podem quando não alinhadas com a verdade, conduzir os indivíduos para mais distante de Deus e sua Palavra. A verdadeira sabedoria não questiona os atos de Deus; tampouco culpa a Deus por todas as desgraças do planeta. Quem se insurge contra Deus e adota uma postura intransigente e insubordinada, não pode ser considerado um sábio, porque a verdadeira sabedoria como nos diz o apóstolo Tiago, nunca mentirá ou se oporá aos propósitos de Deus e a sua verdade. Vejamos o que nos diz Tiago:

[...] “não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica” (Tg 3.14b, 15).

A incompreensão da vontade Deus, a obstinação em não se aceitar sua orientação e o descrédito à palavra podem levar os homens a ter atitudes contrárias aos desígnios divinos. Mas existem outros fatores externos que também podem contribuir para que os homens se insurjam contra os céus. O Catolicismo Romano, por exemplo, com as suas atitudes equivocadas, com as suas bulas de excomunhão, com os seus dogmas absurdos e a sua horrenda inquisição prestaram um grande serviço ao inferno e um imenso desserviço aos céus. Quantas almas não foram afastadas da verdade e mergulharam nas mais densas trevas da incredulidade por conta do comportamento leviano e anticristão daquela que arrogava para si a qualidade de única detentora da verdade e dos destinos dos homens. Não é à toa que muitos intelectuais rejeitavam a religião e desdenhavam dos religiosos. Durant (2000, p.317) revela a aversão que Schopenhauer nutria pelos teólogos. Vejamos:

[...] “Na juventude, ele recebera pouca educação religiosa; e seu temperamento não levava a respeitar as organizações eclesiásticas de sua época. Desprezava os teólogos: “Como ultima ratio”, ou último argumento, “dos teólogos, encontramos, em muitas nações, o poste em que são amarrados os condenados a serem queimados vivos”; e descrevia a religião como a “metafísica das massas”. O Cristianismo, por exemplo, é uma profunda filosofia do pessimismo” [...]


O Romanismo, não o Cristianismo era a filosofia do pessimismo. No entanto, como este representava o mesmo, a fé cristã leva sobre si o ônus pelos erros cometidos em nome de uma pretensa igreja e de um suposto vigário de Cristo. O Evangelho que este sistema representava e representa hoje, está longe ser o Evangelho libertador de nosso Senhor Jesus Cristo. Por esta razão dizermos que ele prestou mais um serviço ao Diabo do que a Deus. Daí resulta toda a ojeriza que os intelectuais demonstravam no trato com esta instituição. O comportamento aversivo dos mesmos era uma forma de repulsa ao tratamento dispensado pela “Santa Sé” a todos aqueles que ousassem pensar diferente ou mesmo desafiá-la. Tal incompostura seria um crime suficientemente passível de condenação à fogueira ou à suplícios excruciantes em alguma máquina de tortura medieval. Por isso a alcunha de “filosofia do pessimismo”.

Depois desta momentânea digressão onde pude divagar um pouco do assunto inicial abordado no Salmo 49, retorno ao argumento de que se os homens se tornam incrédulos, assim o fazem por força de sua própria vontade e não por culpa de Deus ou de fatores sobrenaturais envolvidos. Digo isto porque subsídios para a fé não faltam neste mundo. A Bíblia diz que “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). Tais indícios são incontestáveis aos homens, que não podem dizer que Deus não deixou uma revelação clara de sua própria existência em sua obra criada. A Bíblia de Estudo Dake mostra quatro aspectos apresentados nas Escrituras que confirmam a realidade da existência do Eterno Criador. São eles:


1.Os céus declaram a glória de Deus. Heb. Saphar, narrar, contar, computar, enumerar, registrar como um escritor ( Sl 19.1; 75.1; Jó 12.8).

2.O firmamento anuncia a obra das suas mãos. Heb. Nagad, posicionar-se à frente, ficar exposto de forma corajosa, manifestar (Sl 19.1; 111.6; Mq 6.8).

3.Um dia faz declaração a outro dia.. Heb. Naba, derramar, jorrar, falar com arroubo. (Sl 19.2; 78.2; 145.7).

4.Uma noite mostra sabedoria. Heb. Chavah, declarar, mostrar, indicar. ((Sl 19.2; jó 15.17; 32.6,10, 17; 36.2).


Satanás pode até lançar duvidas no coração do homem no tocante a existência do Eterno ou acerca de sua fidelidade e cuidado para conosco, mas cabe ao homem resistir à influência persuasiva do mal dando lugar à verdade divina em seu íntimo. Os sofismas e os enganos do maligno não podem resistir à Palavra de Deus e, nem tampouco, à ação do Espírito Santo.

Muitos filósofos se afastaram da verdade de Deus porque, na verdade, nunca a buscaram. Como bem disse Paulo: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.22). Existe uma diferença abismal em se desejar a verdade e permitir que a verdade entre no coração. Muitos homens desejam a verdade, mas poucos de fato permitem que ela adentre em seus corações. Pode-se viver na proximidade da verdade, sem jamais tê-la experimentado. Porque quando a verdade entra no intimo, ela produz a liberdade. Liberdade que se dá pelo reconhecimento dos efeitos da obra de Cristo sobre a vida. Por esta razão Jesus disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32).

Agora vejamos uma coisa, no século XIX os homens estavam frustrados com os seus ideais de liberdade que haviam sido frustrados e se transformado em utopias, ou seja, coisas irrealizáveis. Por todos os lados o que se via era o retrato desolador da miséria e da destruição perpetrados pelos senhores da guerra de então, neste caso, me refiro a Napoleão Bonaparte e aos ingleses que travaram sangrentas batalhas em território europeu com o custo de muitas vidas, dinheiro e do sacrifício de inocentes. O cenário que se descreve ao término dos conflitos era de hecatombe e desesperança. Durant (2000, p285) descreve o estado calamitoso em que se encontrava a Europa. Vejamos:

[...] “A Europa inteira jazia prostrada. Milhões de homens fortes haviam morrido; milhões de hectares de terra tinham sido negligenciados ou devastados; por toda a parte, no Continente, a vida tinha que recomeçar do zero, para recuperar dolorosa e lentamente o civilizador excedente econômico que havia sido consumido na guerra. Schopenhauer, viajando pela França e pela Áustria em 1804, ficou impressionado com o caos e a sujeira das aldeias, a miserável pobreza dos agricultores, a inquietação e a miséria das cidades. A passagem dos exércitos napoleônicos e anti-napoleônicos havia deixado cicatrizes de devastação no rosto de todos os países. Moscou estava em cinzas. Na Inglaterra, orgulhosa vitoriosa na luta, os agricultores estavam arruinados pela queda no preço do trigo; e os trabalhadores industriais experimentavam todos os horrores do nascente e descontrolado sistema fabril. A desmobilização aumentava o desemprego” [...].

O quadro pintado por Schopenhauer sobre a Europa e o seu lastimável estado de penúria e degradação de todos os tipos, forjou na alma do incrédulo filosofo uma placa de resistência e de rejeição à religião. Como se fiar nos alicerces da fé se o que se via depunha contra toda lógica cristã de amor e generosidade divinas. Como sempre a pergunta que se levantava era: Onde está a Providência Divina quando mais precisamos dela. Segundo Durant (2000, p. 286,287), a condição de desgraça e de horror deixados como espólio da guerra contribuíram ainda mais para a onda de ceticismo e pessimismo. Vejamos:

[...] “E, na verdade, era bem difícil acreditar que um planeta tão lamentável quanto aquele que os homens viam em 1818 estivesse seguro na mão de um Deus inteligente e benévolo. Mefistófeles havia triunfado, e todos os Faustos estavam desesperados.” [...]. [...] “Raramente o problema do mal fora lançado tão viva e insistentemente em rosto da Filosofia e da Religião. Cada túmulo militar, de Bolougne a Moscou e às Pirâmides erguia uma interrogação muda às estrelas indiferentes. Por quanto tempo, ó Deus e por que?” [...].

No entanto, o que para uns serviu como motivo para negar a fé e a existência de Deus, para outros foi o caminho de retorno à crença e à sanidade. As tragédias e as desgraças neste caso, foram os meios utilizados pela soberana sabedoria para fazer com que os homens refletissem sobre o seu estado de afastamento e obstinação e se arrependessem. Os juízos sempre tem este fim pedagógico, reconduzir à luz os que haviam sido enredados pelas densas trevas da incredulidade. Foi isso que o quadro de desolação do século XIX propiciou à algumas mentalidades. Durant (2000, pg.287), novamente nos esclarece:


[...] “Seria aquela calamidade quase universal a vingança de um Deus Justo sobre a Era da Razão e a falta de fé? Seria um brado para que o intelecto penitente se curvasse diante das antiqüíssimas virtudes da fé, esperança e caridade? Assim pensava Schlegel e pensavam Novalis, chateaubriand, De Musset, Southey, Wordsworth e Gogol; e eles voltaram para a antiga fé como filhos pródigos perdidos, felizes por estarem novamente em casa” [...].

A Bíblia, como já dissemos, revela que os julgamentos ou juízos vem da parte de Deus ( Dt 32.39;Jó 12.23; Am 3.6;Mq 6.9), e tem sempre a finalidade única de conduzir os homens ao arrependimento de suas más obras.Os homens muitas vezes tem que experimentar a vara da correção divina para andarem segundo a verdade. Para tanto, o Senhor tem as suas formas de trabalhar. Vejamos o que as Escrituras falam sobre Julgamentos.

1. Eles são de diferentes espécies. Vejamos os exemplos retirados da Bíblia:

Apagar o nome (Dt 29.20); Abandonado por Deus (Os 4.17);Maldição contra as bênçãos humanas ( Ml.2.2); Pestilência ( Dt 28.21,22; Am4.10); Inimigos ( 2Sm 24.13); Fome( Dt 28.38-40; Am 4.7-9); Fome de ouvir a Palavra (Am 8.11); Espada ( Êx 22.24; Jr 19.7); Cativeiro ( Dt 28.41; Ez 39.23); Tristezas continuas ( Sl 32.10; 78.32,33; Ez 24.23); Desolação ( Ez 33.29; Jl 3.19); Destruição ( Jó 31.3; Sl 34.16; Pv 2.22; Is 11.4).

2. Eles são infligidos contra:

Nações (Gn 15.14; Jr 51.20,21); Indivíduos ( Dt 29.20; Jr 23.34); Deuses Falsos( Êx 12.12; Nm 33.4); Posteridade dos pecadores ( Êx 20.5; Sl 37.28; Lm 5.7); Todos os adversários dos santos ( Jr 30.16); Enviados para correção ( Jó 37.13; Jr 30.11); Enviados para o livramento dos santos ( Êx 6.6).


3. São enviados como castigo contra:

Desobediência a Deus (Lv 26. 14-16; 2 Co 7.19,20); Desprezar as advertências de Deus ( 2 Cr 36.16; Pv 1.24-31; Jr 44.4-6); Murmurar contra Deus ( Nm 14.29); Idolatria ( 2 Reis 22.17; Jr 16.18); Iniqüidade ( Is 26.21; Ez 24.13,14); Perseguir ao santos ( Dt 32.43); Pecados dos governantes ( 1 Cr 21.2,12);


5.Devem conduzir:

À humilhação ( Js 7.6; 2 Cr 12.6; Lm 3.1-20; Jl 1.13; Jo 3.5,6); À oração ( 2 Cr 20.9); À Contrição ( Ne 1.4; Et 4.3; Is 22.12; Ao aprendizado da retidão ( Is 26.9); Devem ser um aviso aos outros ( Lc 13.3,5).


Como já dissemos anteriormente, Deus se vale das formas mais insólitas para demover os homens do erro em que estão e, com isso, tentar salva-los do inferno. No entanto, sempre existirão aqueles que a despeito de todas as circunstâncias ou avisos, permanecerão em sua obstinação e loucura. Durant (2000, pág. 287) nos alguns exemplos desses comportamentos.


[...] “Mas houve outros que deram uma resposta mais dura: que o caos da Europa não fazia mais do que refletir o caos do universo; que, afinal de contas, não havia uma ordem divina, nem qualquer esperança celestial; que Deus, se houvesse, era cego, e o mal mediava com rancor sobre a face da Terra. O mesmo faziam Byron, Heine, Lermontof, Leopardi e Schopenhauer” [...].


O salmista sobre estes assevera: “Disseram os néscios no seu coração: não há Deus. Têm-se corrompido, fazem abomináveis as suas obras, não há ninguém que faça o bem” (Sl 14.1). As Escrituras demonstram, com efeito, que a incredulidade procede de um mau coração. Na carta Aos Hebreus encontramos a seguinte admoestação: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus Vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (Hb 3.12,13). Jesus ao perceber a incredulidade do coração dos discípulos censura-lhes duramente e lhes chama de néscios e corações tardios. Veja: “E, ele lhes disse: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram” ( Lc 24.25). O apóstolo Paulo em sua Segunda Epístola aos Coríntios fala acerca de uma cegueira mental imposta pelo Diabo e, por esta razão, os homens não recebem o Evangelho em seus corações. Ele escreve: “Mas, se ainda o nosso Evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” ( II Co 4.4).



Soli Deo Gloria!




sábado, 2 de janeiro de 2010

O OUTRO EVANGELHO

Houve um tempo em que os cristãos eram mais comprometidos com as coisas santas. Havia, nestes, um cuidado todo especial em não transgredir ou mesmo ultrapassar o que estava escrito na palavra de Deus. A reverência e o zelo destes eram virtudes destacadas e perceptíveis a todos que os conheciam, crentes ou não. O seu testemunho notável e o seu andar irrepreensível falavam mais alto que palavras, levando muitas pessoas a imitar-lhes o exemplo e, através deste, conduziam muitas almas a Cristo.

Mas, o que aconteceu com o testemunho cristão da igreja de nosso tempo? Por que os nossos cultos se encheram de mesmices e superstições das mais deploráveis? Onde ficou o modelo de um andar de santidade e comprometimento com o Senhor que tantos frutos renderam ao Reino em outros tempos de nossa passada história gloriosa?   

Às vezes, me vem à alma uma tristeza incompreensível, sobretudo, quando lanço o meu olhar para o atual cenário supostamente “cristão” e percebo que no lugar do verdadeiro Evangelho que salva, liberta e conduz o homem para o céu entronizaram um outro evangelho, antropocêntrico e abominável, que de tão abjeto, já fede às santíssimas narinas do nosso Deus.

Talvez estas palavras sirvam-me de desabafo particular ou mesmo como um brado de alerta aqueles que ainda não se comprometeram com este falso evangelho fermentado de heresias que grassa por aí. Sinto-me no dever de escrever estas linhas como uma forma de trazer à lume a realidade nua e crua de nosso tempo de desvios doutrinários e profundo descaso com o sagrado. Este mesmo sentimento foi visto em Paulo, quando o mesmo percebeu o imenso grau de afastamento dos crentes da Galácia e a introdução de um evangelho judaizado, completamente distinto do Evangelho que pregara. Ele escreveu:

“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo vindo do céu vos anuncie um outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Assim com já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema” (Gl 1.6,7).

O apóstolo Paulo, como muitos de nós na atualidade, sentiram na alma uma profunda tristeza em razão do afastamento da verdade perceptível em alguns indivíduos que haviam recebido o Evangelho da Graça de Deus. Num ímpeto de zelo e indignação santa, o mesmo chama os gálatas de insensatos (Gl 3.1b), por haver permitido que os judaizantes os fascinassem com uma doutrina ofensiva à verdade genuína. Vejam o que ele diz:

Ó insensatos Gálatas! Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado?” (Gl 3.1).

Assim como Paulo enfrentou tais problemas doutrinários na Igreja Primitiva sobre a qual, pela graça de Deus, foi constituído apóstolo. Os pastores e servos de Cristo leais a sua palavra, também enfrentam com angústia na alma a entrada de um pseudo-evangelho, que por seu grau de fascinação e domínio das massas já controla as mentes e os corações dos que buscam uma vida de facilidades e comodidade, ou seja, um evangelho que massageie os seus egos e satisfaça os seus caprichos mundanos.

Este evangelho,entretanto,não pode produzir resultados eternos, uma vez que a sua proposta é apenas para esta vida. O seu alvo é a aquisição de valores temporais, seu objetivo é o aqui e agora. É lastimável que uma grande parcela de crentes siga tais asserções apóstatas e enverede por tais caminhos de engano e mentira.

Não é este o evangelho de muitos teleevangelistas que ludibriam os seus teleespectadores incautos com promessas mirabolantes de bênçãos e milagres extraordinários com o intuito de extorquir-lhes altas somas de dinheiro para alcançar seus objetivos mais escusos? Não é este o evangelho dos cifrões que permite aos hábeis manipuladores ter jatinhos, mansões faraônicas, haras com cavalos de raça, carrões turbinados e outros bibelôs que não são para o “bico” de qualquer mortal?!

Não é este o evangelho das falcatruas em nome de Deus e do uso da fé alheia para se alcançar objetivos políticos e posições de poder na sociedade? Não este o evangelho que transformou igrejas em currais eleitorais e as ovelhas em “idiotas úteis” de um sistema sórdido e imoral de manipulação?

Pensem nestas coisas irmãos. Jesus poderia ter a melhor mansão que quisesse neste mundo, mas não tinha onde reclinar a cabeça. Poderia ter entrado em Jerusalém em um cavalo branco ou em uma biga ou carruagem romana. No entanto, fez sua entrada triunfal em um jumentinho, cria de jumento, demonstrando que o seu Reino não é como o reino deste mundo e, portanto, as motivações dos que vivem nele devem ser diferentes das motivações deste mundo vil. 

Que Deus nos livre deste falso evangelho de interesses funestos e abomináveis e nos faça viver no Evangelho que verdadeiramente o dignifique como Senhor da Igreja.


Soli Deo gloria!