Se analizarmos as escrituras,sobretudo, os ensinos de Jesus, perceberemos que a Igreja de nossos dias marcha em contraposição a esses ensinos. Pior, muitas vezes os ignora fazendo sua interpretação particular dos ensinamentos sagrados como bem lhe convier, sem nenhum critério doutrinário sólido. Pedro declara:"Sabendo, primeiramente,isto: que nenhuma profecia da escritura provém de particular elucidação" ( 2 Pe 1.20).
O que assistimos hoje é a banalização do sagrado, uma busca desenfreada por valores terrenos e transitórios, bem como o surgimento de um modelo pagão de Cristianismo medieval baseado no uso de amuletos,símbolos ( rosa ungida, sabonete do descarrego, sal grosso,etc.) e práticas que são usadas como referenciais de fé ou como indutores no processo de possibilitar ao indivíduo alcançar a "benção". Paulo assevera: "Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo" ( Cl 2.8).
Isto tem sido percebido de modo inequívoco nos cultos das igrejas neo-pentecostais, que levantam o argumento de que os indivíduos que frequentam seus cultos precisam ser prósperos e bem sucedidos nesta vida; caso contrário, ou estão amaldiçoados, ou algum demônio esta amarrado as finanças do pobre coitado! O que se percebe nessas igrejas Brasil afora e em outras partes do mundo, é um discurso ardiloso que visa antes de mais nada alcançar - em detrimento da alma que necessita ter um encontro com Cristo- o bolso do fiel. Jesus deixou claro:"Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros nos céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde os ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde esta o teu tesouro, aí estará também o teu coração. Ninguém pode servir a dois senhores;porque ou há de aborrecerce-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas" ( Mt 6. 19-21; 24). " Porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui" (Lc 12.15b)
O apóstolo Pedro em sua epístola afirma que a fé seria transformada em fonte de lucro por homens réprobos e destituídos da verdade. Ele declara: "Também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias"(2Pe 2.3). Na mesma linha de raciocínio, o apóstolo Paulo caracteriza os homens desta presente geração como egoístas e avarentos (Ler 2 Tm 3 em diante).
A igreja deste período de engano e apostasia em que vivemos não mais enxerga a verdade diante de si, prefere viver sob o engano de pseudoverdades que sorrateiramente vão minando suas doutrinas e ensinos. Dissociada da sã doutrina, a igreja se torna incapaz de promover a renúncia do estado pecaminoso do indivíduo , o arrependimento e o abandono das coisas do mundo. Cada vez mais os "crentes" adotam uma cartilha mundana, com procedimentos que deixariam estupefatos e em rubor os santos apóstolos do Senhor, dado o grau de malignidade e apostasia que manifestam patentemente aos nossos olhos.
A vida do carpinteiro de Nazaré, que não tinha onde reclinar a cabeça e cujos ensinos são diametralmente opostos ao que tem sido ensinado hoje em nossos púlpitos, não é mais o referencial de fé e modelo a ser imitado. Expulsaram Jesus da Igreja e adotaram um evangelho destituído de valores eternos e profundamente centralizado no homem. Mas, como tudo o que é humano está fadado ao fracasso e ocaso, tais obras não resistirão a prova do fogo, e serão destruidas ante o escrutínio daquele que conhece todas as coisas e dá a cada um o que lhe é devido. Não é à toa que nas cartas aos pastores das Igrejas da Ásia em Apocalipse, encontramos várias vezes o uso da expressão "Eu conheço as tuas obras".
O conselho das Escrituras é óbvio. Ou voltamos às primeiras obras ou seremos cortados da oliveira e lançados no fogo. Lembremo-nos das palavra de João, o Batista:"Já está posto o machado à raiz das árvores. Esta advertência serve-nos como despertamento para que acordemos do sono indolente e das obras mortas, apegando-nos enquanto é dia às verdades salvíficas que nos foram legadas pelo nosso Senhor Jesus Cristo e por seus santos apóstolos.
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