Por Geovani
F. Dos Santos
Trevas densas pairam
sobre o mundo no palco que esta sendo
montado nestes tempos finais. Se no passado a Igreja era perseguida e
considerada uma ameaça aos sistemas de governo vigentes, no presente a mesma
goza de benefícios extraordinários do poder instituído, com direito e
prerrogativas que extrapolam o seu âmbito de atuação.
Esta proximidade da Igreja
com o sistema intitucionalizado e a busca sempre crescente por status ou posições
de destaque na sociedade, fez com que a Igreja do século XXI perdesse o seu
papel profético de denunciar as mazelas perceptíveis nestas estruturas políticas
humanas.
Por que denunciar e
perder todas as vantagens se é mais cômodo permanecer como está e usufruir de todas as benesses
instuticionais? Para que criar embates ideológicos com os figurões do alto
escalão do poder se é mais prático e utilitário permanecer recebendo os “manjares”
dos reis.
Este casamento político
é um indicador que aponta para um problema maior que está tomando corpo à medida
que a Igreja perde o seu referencial e
as suas características de “sal” e de
“luz” do mundo (Mt 5.13,14).
Ao perder estas
características intrínsecas ao seu ideário, a Igreja perde também a sua
autoridade apostólica. Uma vez que tal combinação de elementos fazem parte de
sua tessitura e estrutura formativa, a perda da essência e o desvio dos
paradigmas bíblicos, decerto, a conduzirão a uma profunda deterioração moral e
espiritual, que por sua vez, abrirá as portas para a apostasia e rebelião
contra Deus.
É importante ressaltar
que embora esteja havendo esta estiolação, que é uma sinal dos tempos finais,todavia,
percebe-se que o Senhor tem guardado alguns que ainda não se prostraram a baal.
Como nos tempos do profeta Elias, Deus ainda tem uma remanescente fiel que
permanece inabalável no cumprimento de sua vocação celestial, independente do
que esteja acontecendo ao redor ou de influências externas.
Nos dias do profeta
Elias, o culto a baal foi institucionalizado pelo perverso governo de Acabe
influenciado pela ardilosa e terrível Jezabel. Entretanto, ainda que o poder
reinante estivesse longe do princípios da Palavra de Deus que eram contrários
às práticas idolátricas e abomináveis dos povos pagãos. É do conhecimento de
todos que o Senhor havia guardado 7000 homens que não haviam transigido com a
heresia governamental.
Esses homens
mantiveram-se firmes na verdadeira postura de “servos fiéis”, contrariando as disposições
e os éditos reais que impunham coercitivamente um desvio do culto real para uma
falsa adoração.
Em certos aspectos,
quando o sistema se afasta de Deus ou é contrário ao que está estabelecido nas Escrituras,
não há, portanto, mais nenhum compromisso do cristão em obedecê-lo ou ser
submisso ao mesmo. Pedro declara:
“Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).
A nossa consciência não
pode ser tolhida ou cerceada por quem quer que seja. É preciso decidir-se de
que lado se deseja permanecer, pois o Senhor não aceitará duplicidade de
caráter ou comportamentos ambíguos do seu povo quando esta em jogo os
princípios éticos, morais e espirituais da vida cristã exemplar baseada na
submissão a sua Palavra.
O patriarca Josué
deixou claro a sua disposição de permanecer firme numa posição santa e ìntegra
diante de Deus, quando disse ao povo de Israel que estava prestes a entrar em
Canaã estas palavras:
“Porém, se vos parece mal servir aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” ( Js 24.15).
A declaração de Josué
instiga os servos de Deus a uma lealdade incondicional aos fundamentos da fé no
Deus vivo. O povo de Deus foi chamado para ser santo e transmitir os valores
eternos da Bíblia, não para ser massa de manobra nas mãos de governos ímpios,
pastores gananciosos e líderes imorais. Basta!
Soli Deo gloria!