Perdemos em algum momento o sentido da palavra Cristianismo. A igreja da atualidade, afastando-se de um modelo de fé centrado nas Escrituras e no testemunho apostólico adota cada vez mais expedientes nada salutares de vida cristã exemplar. A onda agora é seguir as extravagâncias ditadas por uma meia dúzia de indivíduos que a si mesmos se identificam como apóstolos, e, que, por supostamente possuir uma “unção nova”, vinda do alto, se revelam como os novos gurus espirituais do momento. As igrejas se tornaram um filão lucrativo. Cada vez mais afeitas aos novos tempos, conquistaram espaços midiáticos, construíram impérios de poder econômico e amealharam fortunas usando a Bíblia como elemento canalizador de riquezas. A Eclésia do Século 21 é tudo, menos a comunidade dos chamados para fora do mundo. Pelo contrário, mancomunou-se com o mesmo e não tem vergonha de expor tal união abominável.
Os indivíduos neste intrincado labirinto de interesses e poder são apenas os peões mantenedores da engrenagem de manipulação e controle alimentada pelo fanatismo e ignorância das pessoas em busca de novas experiências espirituais, prosperidade e milagres. A palavra não tem mais peso para estes, o que vale é a palavra do líder que assume o papel de interlocutor entre Deus e os homens através de sua interpretação particular das Escrituras e revelação especial. Por meio de tais dotações, consegue persuadir os incautos a fazer vultosas doações para a instituição, sem falar dos dízimos e ofertas que são enfatizados à exaustão. Mamon nunca foi tão cultuado como em nosso templos da atualidade. Veja o que diz César Augusto D. Ramos em seu artigo “O legado da Democracia brasileira”:
Os indivíduos neste intrincado labirinto de interesses e poder são apenas os peões mantenedores da engrenagem de manipulação e controle alimentada pelo fanatismo e ignorância das pessoas em busca de novas experiências espirituais, prosperidade e milagres. A palavra não tem mais peso para estes, o que vale é a palavra do líder que assume o papel de interlocutor entre Deus e os homens através de sua interpretação particular das Escrituras e revelação especial. Por meio de tais dotações, consegue persuadir os incautos a fazer vultosas doações para a instituição, sem falar dos dízimos e ofertas que são enfatizados à exaustão. Mamon nunca foi tão cultuado como em nosso templos da atualidade. Veja o que diz César Augusto D. Ramos em seu artigo “O legado da Democracia brasileira”:
“Hoje, os condutos religiosos estão de tal modo confusos que as instituições viraram excelente meio de vida para seus operadores. Um sucesso! Os pastores tosquiam ovelhas à granel. A fé remove montanha”.
Indubitavelmente, tal asserção pode nos causar repulsa, mas é esta a realidade nua e crua do evangelicalismo hodierno. Nos tornamos amantes do bem-estar e de uma forma de evangelho que valoriza o ter em detrimento do ser. Os cultos de prosperidade são um exemplo óbvio deste fenômeno. Nestas reuniões a busca por uma benção material finaceira que alavanque a vida do indivíduo e o livre da miséria é mais importante do que o ensino sobre a obra salvífica de Cristo na cruz e a necessidade de arrependimento para se entrar no céu. No entanto, tal ensino não encontra eco nas Escrituras e, nem tampouco nos ensinos de Jesus. Percebemos que a palavra segue na contramão de tais ensinamentos e não autoriza quem quer que seja a postulá-los. Paulo declara:
Se alguém ensina outra doutrina e não concordacom as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucroDe fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele.Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores ( I Tim. 6.3-10).
Veja bem o que diz a Palavra. Perceba como o ensino de Paulo no versículo supracitado vai de encontro aos postulados heréticos da teologia da prosperidade. Paulo argumenta que a mente de tais indivíduos é pervertida. Na verdade, tais homens vivem alienados das coisas espirituais porque olham para as Escrituras com uma visão meramente carnal, visando apenas a aquisição de valores temporais em detrimento do que é eterno. Infelizmente neste caminho de insensatez levam consigo multidões embaladas por seus falsos ensinos de perdição. O conselho de Paulo neste caso é enfático:
“Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas” ( I Tm. 6.11,12).
Os marionetismos ideológicos e maneirismos estratégicos usados pelos falsos mestres para manter a obediência de tais indivíduos já não nos são tão estranhos assim. Conhecemos muito bem suas técnicas de manipulação grupal e psicologização. Portanto, nos manifestamos com o instrumento poderoso da Palavra de Deus, a espada do Espírito (Ef 6.17), para combater o engano e despertar os que estão presos por ele. Paulo advertiu os seus discípulos sobre o perigo dos falsos mestres e da manipulação. Vejamos:
“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl 2.8).
O apóstolo dos gentios enfatiza a necessidade de vigilância e afastamento de tudo ou todo aquele que procure por meio do engano religioso e doutrinas demoníacas enredar os crentes. Os servos de Cristo devem estar atentos a estes pretensos ensinos, haja vista que os mesmos são perniciosos e destruidores. Analise o que afirmam Arrington e Stronstad no Comentário Bíblico Pentecostal, Ed. CPAD:
[...]”Realmente, esta pode ter sido uma preocupação compreensível do apóstolo por algumas de suas igrejas; contudo, as exortações persistentes à firmeza, nesta carta, devem ter ser vistas sob o enfoque do problema particular que estava confrontando a igreja em Colossos, isto é, a presença de falsos mestres e ensinos ameaçando a estabilidade da comunidade da fé naquela cidade” [...] “Em resumo, os falsos ensinos parecem ser nada além de palavras persuasivas.” [...] “ Os ensinos não somente são baseados na “tradição dos homens”; também são demoníacos.” [...]
Note a clara preocupação de Paulo no tocante à falsa doutrina. Ele percebe a capacidade que a mesma tem de exercer poder de persuasão sobre alguns crentes. Esta mesma persuasão é perceptível no falso ensino ministrado nos dias de hoje. E o pior é que tal elemento persuasivo tem o poder de cativar as mentalidades à ideologia do sistema religioso que se arroga como dono da verdade. Perceba este fenômeno nas multidões que participam de tais movimentos. Vocês percebem algum questionamento da parte deles sobre a postura da denominação ou a conduta dos seus líderes? Lógico que não. Como peões do jogo de xadrez da ideologia religiosa da organização, eles apenas obedecem cegamente o que lhes é ditado. Se alguém é contrario a eles é rechaçado e tido como um subversivo da causa. Digno de excomunhão.
Na marcha para Jesus 2009, realizada em São Paulo, e noticiada pela imprensa, as multidões manipuladas seguiam os seus hábeis manipuladores. Como macacos de auditório repetiam, unânimes, expressões de apoio aos seus líderes. Não havia nenhum posicionamento ético deles em relação ao episódio da prisão dos Hernandes com os dólares nos Estados Unidos. Não havia nenhuma menção às denuncias contra a IURD veiculadas pela imprensa. Todos simplesmente agiam como se nada tivesse acontecido. É preferível calar-se a atacar os intocáveis “ungidos”. Aliás, esta é uma postura comum de alguns que covardemente não se posicionam contra o erro, ainda que possam fazê-lo. Martin Luther King disse:
"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons".
Soli Deo Glória!