Por Geovani Santos
A discussão envolve os fariseus e a sua intransigência no tocante a Jesus. Eles não aceitavam em seu íntimo que Jesus era o Messias e, por conseguinte, Deus. Essa intolerância ou ignorância espiritual, levaram-os a depreciar a pessoa de Jesus e, por sua vez, o seus milagres.
A palavras dos fariseus recrudescem e as suas invectivas cínicas, revestem-se de um tom blasfemo. Atribuir ao Diabo as obras de Deus é o cúmulo da decrepitude espiritual. O eco exacerbado de tais acintes ao mestre, lhes custaria caro. É o que Jesus vai deixar claro, vejamos:
"Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu Reino? E se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam, então, os vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes. Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus. Ou como pode alguém entrar em casa do homem valente e furtar os seus bens, se primeiro não manietar o valente, saqueando então a sua casa? ( Mt 12.25,29).
Aqui nestes versículos vemos Jesus censurar duramente a inconsistência da declaração farisaica de que expulsa demônios, por Belzebu, a saber, o maioral dos demônios. Tal alegação esbarra na idéia lógica de que "um reino dividido" não pode prevalecer. Se o próprio Satanás insurge-se contra o seu império de maus espíritos, logo, há uma cisão em seu próprio domínio.
Jesus também deixa claro que um "demônio não pode expulsar outro demônio. Desta forma posto, embasado neste ensino, o Senhor revela o seu poder divino sobre estes seres de trevas. Uma vez que tem o revestimento do Espírito, Jesus os expulsa com toda a propriedade e prerrogativa de Deus. A incredulidade dos fariseus lhes impedia que discernissem está verdade.
Jesus é incisivo em sua diatribe. Se Ele expulsa os demônios por Belzebu, então por quem expulsam os seus filhos? O Mestre faz menção aqui aos exorcistas judeus que também faziam esconjuros. Jesus diz que estes seriam os seus juízes ( Gr. Krites).
Sobre Belzebu vejam o que nos declara o Comentário Biblico Pentecostal:
" Os fariseus contam que Jesus faz o bem pelo poder de Belzebu( o príncipe dos demônios; em alguns manuscritos se lê Belzebube). A acusação de que Jesus deriva seu poder deste príncipe demoníaco já fora levantada anteriormente ( Mt 9.32-34; cf. também Mt 10.25). Tradicionalmente este título foi associado com Baal-Zebube, deus filisteu que é contrastado com o verdadeiro Deus em 2 Reis 1.2,3. "Belzebu" quer dizer "o senhor das moscas". Ainda que o significado original seja incerto, presume-se que o último seja um insultante jogo de palavras, que mostra o desprezo israelita pelos deuses maus dos seus vizinhos. No tempo de Jesus era considerado sinônimo do chefe dos demônios, Satanás."
Stronstad e Arrignton deixam bem nítido que a declaração dos fariseus foi sumamente insultuosa e blasfema. Daí terem incorrido no iremissivel pecado contra o Espírito. Stronstad novamente diz:
" Ao atacar Jesus, os fariseus estão atacando a obra de Deus, porque a fonte do seu poder milagroso é o próprio Espírito Santo. Jesus tem o poder sobre os assistentes de Satanás não por colusão, mas pelo fato de Ele ter amarrado Satanás e pilhado a casa"( Mt 12. 29).
Jesus é o valente que destruiu o poder de Satanás sobre os homens através de seu sacrifício. Ele demonstra claramente que não existe uma posição imparcial ou neutra, ou se está ao seu favor ou se está contra Ele. Os fariseus escolheram a última opção. Devido a tal comportamento maligno desprezaram a Cristo e fizeram agravo a Espírito da Graça, o único que poderia conduzi-los ao arrependimento. Este pecado direto ao Espírito Santo é imperdoável. Vejamos o que nos diz Aquino, Stahlhoefer, Alexander e Machado em seu livro "Mosaico Teológico:esboço de doutrinas cristãs:
"blasfêmia contra o Espírito Santo é negar a sua ação, é rejeitar a pregação apostólica ( foi o que os judeus fizeram), é problema doutrinário, é apostasia. Como afirma John Stott: " Este pecado leva quem o comete inexoravelmente a um estado de terrível embotamento moral e espiritual, porque pecou voluntariamente contra a própria consciência." É pecado imperdoável porque rejeita o perdão!
Aquino, Rodrigo Bibo; Stahlhoefer Alexander; Machado Maurício. Mosaico Teológico: esboço de doutrinas cristãs. Joinville: BTbooks. Pág 75
Arrignton, French L; Stronstad, Roger. Comentário Biblico Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. Pág 84-85
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