quarta-feira, 28 de outubro de 2009

RÉQUIEM SOB OS CÉUS





Aquele cheiro nauseante impregnava o ar
miasmas fétidos de almas mortas jazendo
pelas sendas dos caminhos
Podia ver a dor nos olhos deles e ouvir o som
fúnebre de seus corações
qual réquiem sob os céus

A noite se estendia entre sons e estrondos altissonantes
Os gritos da impiedade ressoam e os tambores cheios de sangue
guardam o tombar de outros guerreiros

Sórdida sina esta dos homens sem Deus
Todos loucos, desvairados em sádica revolta contra si mesmos
Nesta trágica cena de mórbidos lampejos
Observo silente o desfecho da refrega

Oh! Não sou daqui, sou apenas poeta
Profeta de sonhos e de liças
Num recanto de sonhos e de dores
No mundo sou apenas viajor

Não queiram persistir nesta senda
ou sereis todos de igual modo destruídos
pelos tambores do ódio e da guerra
Dos quais ferozmente já ouço os ruídos

Ante o sol pus a minha tenda
e ao brilho da lua encenei meu lidar
Qual será o último poema deste mundo
em triste cantar?

Sou apenas poeta e um aprendiz nas veredas do orbe
perseguindo a cidade celeste
Além das dores e desprazeres daqui.

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