sábado, 31 de maio de 2014

GUARDANDO O CORAÇÃO

Por Geovani Santos

O coração é a sede das emoções e representa o homem integral e o seu caráter. O próprio Senhor Jesus deixou claro isso quando declarou que do coração dos homens emergem toda sorte de maus desígnios.  "Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem( Mt 15.19,20).

Em provérbios encontramos uma séria advertência sobre o guardar  as ações do coração. Vejamos:  

"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida" ( Pv 4:23).

Charles Swindoll em sua obra  "Vivendo Provérbios" assevera:

" Nos textos de Salomão, coração raramente se refere ao órgão físico". [...] "Coração se refere ao nosso ser  interior, a sede de nossa consciência, o nosso núcleo de tomada de decisões, o centro de nossa mente, nossas emoções e nossa vontade".

Partindo desta premissa racional e bíblica devemos antes de mais nada, entender que precisamos num sentido figurado  "pôr guardas" às portas do nosso coração para evitar que o mesmo se torne vil e propenso às fatuidades do mundo com todos os seus apelos hipnóticos os quais conduzem os homens à ruína.

O segredo do êxito na vida espiritual e cotidiana está em disciplinar nossos pendores, caso contrário todos os nossos esforços no afã de crescer espiritualmente serão baldados. Para tanto, precisamos focalizar a necessidade de termos ética em nosso caráter que é um dos distintivos morais do cristão.

Citando Stephen Covey, José Gonçalves em sua obra " Sábios Conselhos Para Um Viver Vitorioso" nos ensina:

" A literatura antiga era focalizada: " no que se poderia chamar de Ética do Caráter, considerada a base do sucesso. - cousas como a integridade, humildade, fidelidade, persistência, coragem, justiça, paciência, diligência, modéstia e a regra de ouro( fazer aos outros o que desejamos que nos façam)". 

Um coração indomado não se inclinará a tal busca. Somente quando o submetemos a Deus e ao seu Espírito é que podemos alcançar tais dádivas abencoadoras na vida cristã.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

UM FUTURO DE EXPECTATIVAS

Por Geovani Santos

Os tempos revelam verdades que atordoam os homens dada a sua agudeza. As expectativas de um futuro róseo marcado pela anuência dos povos a uma cartilha de paz e de diálogo parece empalidecer ante o recrudescimento exacerbado dos discursos políticos dissonantes e obtusos. Já vimos  no passado as mesmas bandeiras serem levantadas e o fim a que conduziram. Como disse alguém em certo lugar: " O povo que não tem memória está fadado a repetir os mesmos erros".

Pelo que parece, estamos mais próximos da meia-noite do que nunca. Os discursos do momento, os acontecimentos e o quadro de descontrole social generalizado bem como a ausência de parâmetros sólidos de ética e moral, passo a passo conduzem o mundo para uma encruzilhada sinistra, uma espécie de caminho sem volta.

Esta constatação encontra eco em pensadores, historiadores, teológos e sociólogos das mais distintas correntes. Todos são unânimes em declarar que a nossa civilização está caminhando para uma espécie de barbárie coletiva.Isso é um fato inconteste. Em todo o planeta os focos da rebelião já começam a ser deflagrados e o resultado disso será um aumento significativo de toda sorte de comportamentos subversivos, levantes, desestabilidades e convulsões sociais que conduzirão o mundo a um governo inclemente e totalitário sob a égide do Anticristo.

O cenário está sendo montado de forma acelerada e os índicios apontam para um desejo global que clama por mudanças drásticas e decisivas para dar fim ao atual quadro de desarranjo por que passa as sociedades.No bojo de tais mudanças virá o estabelecimento de uma era de trevas que se tornará evidente quando a igreja for retirada da terra. O apóstolo Paulo assevera:

"Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele,Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco?E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até que do meio seja tirado; E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira( 2 Ts 2. 1-9).

segunda-feira, 5 de maio de 2014

UM REINO DIVIDIDO, OS FARISEUS E O PECADO IMPERDOÁVEL

Por Geovani Santos

A discussão envolve os fariseus e a sua intransigência no tocante a Jesus. Eles não aceitavam em seu íntimo que Jesus era o Messias e, por conseguinte, Deus. Essa intolerância ou ignorância espiritual, levaram-os a depreciar a pessoa de Jesus e, por sua vez, o seus milagres.

A palavras dos fariseus recrudescem e as suas invectivas cínicas, revestem-se de um tom blasfemo. Atribuir ao Diabo as obras de Deus é o cúmulo da decrepitude espiritual. O eco exacerbado de tais acintes ao mestre, lhes custaria caro. É o que Jesus vai deixar claro, vejamos:

"Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. E, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu Reino? E se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam, então, os vossos filhos? Portanto,  eles mesmos serão os vossos juízes. Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus,  é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus. Ou como pode alguém entrar em casa do homem valente e furtar os seus bens, se primeiro não manietar o valente, saqueando então a sua casa? ( Mt 12.25,29).

Aqui nestes versículos vemos Jesus censurar duramente a inconsistência da declaração farisaica de que expulsa demônios, por Belzebu, a saber, o maioral dos demônios. Tal alegação esbarra na idéia lógica de que "um reino dividido" não pode prevalecer. Se o próprio Satanás insurge-se contra o seu império de maus espíritos, logo, há uma cisão em seu próprio domínio.

Jesus também deixa claro que um "demônio não pode expulsar outro demônio. Desta forma posto, embasado neste ensino, o Senhor revela o seu poder divino sobre estes seres de trevas. Uma vez que tem o revestimento do Espírito, Jesus os expulsa com toda a propriedade e prerrogativa de Deus. A incredulidade dos fariseus lhes impedia que discernissem está verdade.

Jesus é incisivo em sua diatribe. Se Ele expulsa os demônios por Belzebu, então por quem expulsam os seus filhos? O Mestre faz menção aqui aos  exorcistas judeus que também faziam esconjuros. Jesus diz que estes seriam os seus juízes ( Gr. Krites).

Sobre Belzebu vejam o que nos declara o Comentário Biblico Pentecostal:

" Os fariseus contam que Jesus faz o bem pelo poder de Belzebu( o príncipe dos demônios; em alguns manuscritos se lê Belzebube). A acusação de que Jesus deriva seu poder deste príncipe demoníaco já fora levantada anteriormente ( Mt 9.32-34; cf. também Mt 10.25). Tradicionalmente este título foi associado com Baal-Zebube, deus filisteu que é contrastado com o verdadeiro Deus em 2 Reis 1.2,3. "Belzebu" quer dizer  "o senhor das moscas". Ainda que o significado original seja incerto, presume-se que o último seja um insultante jogo de palavras, que mostra o desprezo israelita pelos deuses maus dos seus vizinhos. No tempo de Jesus era considerado sinônimo do chefe dos demônios, Satanás."

Stronstad e Arrignton deixam bem nítido que a declaração dos fariseus foi sumamente insultuosa e blasfema. Daí terem incorrido no iremissivel pecado contra o Espírito. Stronstad novamente diz:

" Ao atacar Jesus, os fariseus estão atacando a obra de Deus, porque a fonte do seu poder milagroso é o próprio Espírito Santo. Jesus tem o poder sobre os assistentes de Satanás não por colusão, mas pelo fato de Ele ter amarrado Satanás e pilhado a casa"( Mt 12. 29).

Jesus é o valente que destruiu o poder de Satanás sobre os homens através de seu sacrifício. Ele demonstra claramente que não existe uma posição imparcial ou neutra, ou se está ao seu favor ou se está contra Ele. Os fariseus escolheram a última opção. Devido a tal comportamento maligno desprezaram a Cristo e fizeram agravo a Espírito da Graça, o único que poderia conduzi-los ao arrependimento. Este pecado direto ao Espírito Santo é imperdoável. Vejamos o que nos diz Aquino, Stahlhoefer, Alexander e Machado em seu livro "Mosaico Teológico:esboço de doutrinas cristãs:

"blasfêmia contra o Espírito Santo é negar a sua ação, é rejeitar a pregação apostólica ( foi o que os judeus fizeram), é problema doutrinário, é apostasia. Como afirma John Stott: " Este pecado leva quem o comete inexoravelmente a um estado de terrível embotamento moral e espiritual, porque pecou voluntariamente contra a própria consciência." É pecado imperdoável porque rejeita o perdão!


Aquino, Rodrigo Bibo; Stahlhoefer Alexander; Machado Maurício. Mosaico Teológico: esboço de doutrinas cristãs. Joinville: BTbooks. Pág 75

Arrignton, French L; Stronstad, Roger. Comentário Biblico Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. Pág 84-85