Por Geovani F. dos Santos
Barqueiro que na Mitologia grega levava os homens ao Hades (Inferno) |
Estarei pronto quando ele
voltar ou me chamar para a eternidade? Sem dúvida todos nós deveríamos estar
preparados para responder a esta tão importante pergunta. Todavia, o que se
percebe é que muitas pessoas, mesmo muitas delas que se dizem cristãs, não
estão aptas para dar uma resposta razoável a esta indagação, porque simplesmente
não estão se importando ou nunca pararam para ponderar sobre o porvir e a brevidade
da vida. Não importa quem sejamos ou o que temos neste mundo, um dia haveremos
de deixá-lo e é, portanto, neste momento, que se passa a enxergar a verdade nua
e crua que a Bíblia apresenta como salvação ou perdição eternas. Um certo hino intitulado “O Juízo Final” traz
a seguinte e incisiva declaração:
“O homem pode ser famoso
no mundo inteiro,
ter grandes amigos e muito
dinheiro,
mas quando morrer nada
pode levar.
A multidão o levará até o
cemitério,
mas daí pra frente o caso
é mais sério,
Não terá ninguém para o
acompanhar”
Estas frases na estrofe da
música revelam o óbvio da finitude da vida e o caminho que todos nós faremos a
nossa eterna morada. Contudo, embora muitos pensem que esta jornada será apenas
para uma tumba fria ou para uma gaveta esquecida de um cemitério qualquer após
a cessação da vida física, a Bíblia nos mostra exatamente o contrário. Existirá
vida após a morte e não um estado de inanimação ou um mergulhar no nada como o
pretendem os ateus ou céticos de plantão para os quais somente existe o aqui e
agora e nada mais.
Em Hebreus 9.27 está
escrito: “E como aos homens está ordenado
morrerem uma vez, vindo depois o juízo”.
É importante atentar que o texto declara que depois da morte virá “juízo”, isto
é, a sentença final. Se a pessoa em questão ao morrer não sofresse nenhuma
sanção devido aos seus pecados cometidos no corpo ou mergulhasse num estado de
completa inconsciência ou inexistência, então porque haveria a necessidade de
julgamento ou punição, uma vez que a pessoa não saberia da razão de sua sentença.
Obviamente, partindo da premissa bíblica, se haverá um juízo de obras como a Bíblia
declara, certamente a pessoa deverá estar em sã consciência para receber o seu
veredicto quando o sumo-juiz se pôr a julgar todos os vivos e mortos por
ocasião de sua vinda.
A Ressurreição corpórea de Cristo é a nossa certeza de justificação e vitória sobre a morte. |
O versículo acima de
Hebreus, coloca em evidência a ideia do castigo; mas, por outro lado nos
apresenta a clara realidade de existir vida após a morte e, sobretudo, a ressurreição.
Portanto, a mensagem aqui apresentada aponta para uma clara
esperança que deve ser expectada por todo aquele que crê e que antagoniza com o
discurso dos que não veem senão este mundo. De acordo com Barclay, o mundo
grego, fonte de inspiração dos céticos, via a morte como o fim da existência
terrena e, por conseguinte da extinção de todos os sentidos. Na literatura
grega e nos seus grandes expoentes filosóficos se pode constatar esta alusão. “Uma
vez que a terra bebe o sangue do homem, morre de uma vez para sempre e não há
ressurreição." Asseverou
Esquilo. "Não pode ser que o morto vá à luz. Porque a única perda é esta:
que nunca o mortal volta a provar de novo; jamais a vida do homem apesar da
riqueza pode ser ganha de novo. Declarou Euripedes. Na Obra de Homero
encontramos Aquiles dizer ao chegar ao mundo das sombras: "Prefiro viver
sobre a Terra como um assalariado, como um homem sem terra, de escassos meios
de vida, que tendo domínio sobre todos os mortos que não existem mais."
Todas
essas frases encontradas na literatura grega apontam para uma realidade melancólica
de cessação física quando se morre. Estes homens estavam mergulhados no
pessimismo e na incredulidade, não conheciam a Jesus e tampouco a esperança
cristã da vida eterna. Quanta melancolia! Como o próprio Barclay declara em seu
Comentário do Novo Testamento, o que se depreende do discurso dos pagãos do
mundo greco-romano é um dolorido e definitivo adeus! O comentarista corrobora o seu argumento
citando um epitáfio grego encontrado em uma tumba do passado que diz:
"Adeus,
tumba de Melite! Aqui jaz a melhor das mulheres, que amou a seu amante marido
Onésimo; você foi a mais excelente, por isso ele sente saudades depois de sua
morte; porque foi a melhor das esposas. Adeus também a você, mui querido
esposo, somente ama a meus filhos."
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