Por Geovani F. dos Santos
Hoje pela manhã, enquanto caminhava
pela rua próximo à minha casa, passei por uma senhora que empurrava um carrinho
de bebê e era acompanhada por uma garotinha falante, que, naquele momento
olhava para o céu. A mãe conversava com a menina e, em dado momento, também olhou
para a abóbada celeste admirando-a por sua beleza. Na verdade, o dia estava esplêndido
e radioso, um verdadeiro céu de brigadeiro! Em um breve instante, a criança, talvez encantada
pela visão telúrica que estava diante dela, exclamou: “O céu é meu! ”
Aquelas palavras aparentemente inocentes
da criança extasiada pela magnitude dos céus e proferidas de forma pueril me fizeram
refletir sobre algumas verdades que revolutearam em minha mente naquele momento
estanque. A primeira coisa que me veio a memória foi o hino 346 da Harpa Cristã
intitulado “É meu o Céu” que diz:
Que alegria agora, é meu o céu,
Pois Jesus rasgou o sagrado véu;
A condenação não mais temerei,
E meu Redentor sempre louvarei.
Lá no céu eu descansarei
Com Jesus, o nosso Rei;
Vem a Deus, ó pecador,
Pois no céu te espera com amor.
Este hino clássico da Harpa
Cristã encerra todo o significado da fala daquela criança, pois aponta para o
fato de que o céu é um lugar real, que pode ser meu e teu se confiarmos na obra
redentora de Jesus na cruz do Calvário e, se, de todo coração, aceitarmos a “Palavra
da Cruz” como único caminho para o arrependimento e, por conseguinte, para a
vida eterna. Paulo declarou:
“Mas o que ela diz? “A palavra está bem próxima de ti, na tua boca e no teu coração”, ou seja, a palavra da fé que estamos pregando:Se, com tua boca, confessares que Jesus é Senhor, e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo! Porque com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação” (Romanos 10.8-10).
Paulo, neste trecho deixa bem
clarificado que crer na obra redentora de Cristo é a única salvaguarda para
sermos de fato libertos do pecado e, em decorrência disso, nos tornarmos aptos
pela Graça, através dos méritos sacrificiais de Cristo, a entrar nos céus. O
céu só será nosso se assim o fizermos, caso contrário estaremos para sempre
banidos do mesmo. Portanto, é necessário que creia como uma criança com toda a
simplicidade e deixemos de lado todos os preconceitos e pressuposições errôneas
que porventura estejam obstruindo a nossa crença. Isso pode parecer um
despropósito ou mesmo um desatino, mas é a única forma que a Bíblia nos
apresenta. Jesus disse:
“Com toda a certeza vos afirmo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus. Portanto, todo aquele que se tornar humilde, como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus” (Mateus 18. 3,4).
William Barclay em seu comentário Bíblico de Mateus fala sobre três
características distintivas que convertem as crianças em símbolos dos cidadãos
que herdarão os céus. Vejamos:
(1) Primeiro e sobretudo, está a qualidade que é a chave de toda a passagem: sua humildade. O menino não sente vontade de fazer-se notar; antes quer desaparecer no anonimato. Não procura a preeminência, prefere permanecer na escuridão. Só abandona sua modéstia instintiva quando cresce e começa a penetrar no mundo competitivo, com sua luta feroz pelas recompensas e os postos importantes.
(2) temos a dependência do menino. Para o menino, o estado de dependência é um estado perfeitamente natural. Nunca pensa que deve enfrentar a vida sozinho e em seu próprio benefício. Sente-se muito satisfeito em sua dependência absoluta daqueles que o querem e se preocupam com ele. Se os homens aceitassem o fato de sua dependência de Deus sua vida se veria enriquecida por um novo poder e uma nova paz.
(3) vemos a confiança do menino. O menino é instintivamente dependente, e na mesma forma confia em que seus pais satisfarão suas necessidades. Quando somos meninos não podemos comprar nossa própria comida ou manter nosso lar, ou comprar a roupa; mas jamais duvidamos de que seremos alimentados e vestidos, de que sempre teremos refúgio, calor e conforto quando voltarmos para casa. Quando somos meninos empreendemos uma viagem sem nos passar pela cabeça pagar a passagem e sem ter ideia a respeito de como chegar à meta, mas jamais imaginamos duvidar de que nossos pais nos farão chegar aonde queremos.
Humildade e dependência são
virtudes imprescindíveis que devem ser encontradas naqueles que aspiram os
céus. As crianças em si trazem estas virtudes e, portanto, são postas como um
padrão modelar para todos os que desejam viver uma vida cristã que de fato valha
à pena. Sejamos como elas e o céu também será nosso.
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