Por Geovani F. dos Santos
A criação do universo e de todas as coisas criadas pode ser melhor entendida pela fé. "Pela fé entendemos", declara a Carta aos Hebreus 11.3. |
Na Carta aos Hebreus encontram-se
registradas as seguintes palavras: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela
palavra de Deus foram criados” (Hb 11.3). O texto em apreço aponta para o fato
de que o poder criativo de Deus é evidenciado por suas magníficas obras. Como
um perfeito designer, o criador imprime sua marca distintiva em cada detalhe da
criação. Ele traz a existência todas as
coisas pelo seu divino poder. Ele traz à baila o que estava em mistério e
descortina aos homens os seus portentosos segredos eternos. Uma detida olhada
sobre o Gênesis é o suficiente para compreendermos num relance, o poder do Deus
que chamou o Cosmos à existência e permitiu que a vida pululasse em êxtase.
O apóstolo Paulo falando
sobre o chamado de Abraão e a sua obediência à promessa feita por Deus a ele e
a sua posteridade, define o Senhor como aquele que “vivifica os mortos e chama as coisas que são como se já fossem” (Rm
4.17). Sobre este texto, Norman Champlin comenta:
“Pode indicar um decreto divino,como chamar do nada (ver Is 51.4 e 2 Reis 8.1), alguns interpretes explicam o presente texto, e, sob certo angulo, isso expressa uma verdade. Pois e através de seu decreto que Deus traz a existência coisas que agora não existem. ”
Um dos atributos de Deus é a onisciência, um
atributo incomunicável que significa que o Senhor sabe de todas as coisas. Ele
olha para o futuro e sabe o que acontecerá. Com precisão mostra aos seus
profetas o que há de ser nos últimos dias e revela os seus oráculos aos seus
escolhidos. Daniel D´ele declara:
"E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz" (Dn 2.21,22).
Quando Daniel se aprestou ao
rei Nabucodonosor deixou bem claro que era Deus quem revelava os mistérios. Ele
asseverou:
Daniel interpreta o sonho de Nabucodonosor, monarca babilônico. |
O mistério do sonho do rei era
um segredo tão enigmático que nenhum dos prognosticadores que assistiam diante
do monarca poderia resolver. O profeta Daniel deixou isso claro ao dizer: “O
segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos
o podem declarar ao rei” (Dn
2.27). O Senhor do céu foi exaltado naquela corte pagã e o profeta-prisioneiro
exaltado aos olhos de todos os moradores de Babilônia, tanto pequenos como
grandes, tornando-se um governador de província.
Em todos estes
acontecimentos pode-se perceber perfeitamente a operação da fé e o Senhor
agindo para dar respaldo à expectativa destes homens que ousaram confiar
incondicionalmente em sua santa vontade. Mais uma vez somos levados ao
versículo inicial que diz que “pela fé entendemos” (Hb 11.3). Champlin
comenta sobre esse fragmento dizendo que esse “entender” não é meramente uma
abstração mental qualquer imposta por alguma ideologia religiosa, mas muito
além disso. Vejamos:
“não apenas intelectualmente, como que através de noções organizadas em forma de um credo, e, sim, espiritualmente». Pela fé obtemos o verdadeiro «ponto de vista mundial». A palavra grega «noeo», aqui utilizada, no grego helenista podia ter o sentido de «apreensão», neste caso, da «natureza divina»ou das «realidades divinas», ou seja, uma «compreensão espiritual"
Quando se confia em Deus e no seu espectro de atuação sobre o impossível
não há lugar para dúvidas ou incertezas, mas para a resposta que só a fé pode
dar ou satisfazer plenamente.
CHAMPLIM, R. Norman. O Novo testamento interpretado versículo por versículo.
São Paulo: Candeia, 1998.
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