terça-feira, 3 de outubro de 2017

AS IMPREVISIBILIDADES DA VIDA

Por Geovani F. dos Santos


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Vi um pequeno pássaro morto, caído ao chão. O que me causou estranheza e desconforto em mim, não foi porque estivesse morto, mas pelo fato de aquela pobre criaturinha não ter tido o tempo para experimentar toda a liberdade a que aparentemente teria direito de ter. Um outro pensamento me veio à mente. Antes de cair do teto, estava seguro no ninho de sua mãe, amparado por aconchegantes plumagens que lhe propiciavam calor e confortos maternais. Mas ei-lo, agora, ali, caído, esvaído, exânime. Um pássaro que não mais voará, não terá manhãs luzentes, não mais sentirá o frescor da brisa sob suas asas. Um ser que não gorjeará mais à semelhança de seus pares da mesma espécie em uníssono pelos ares. 

Ah! Quem me dera o poder de novamente fazê-lo viver, soprar-lhe em suas narinas vigor, fazê-lo volver do seu status mortis e catapultá-lo aos cimos para que sentisse ao menos em um átimo de tempo o frescor da vida fruir-lhe no corpo. Todavia, impotente tenho que me ater ao pensamento que ele irá se decompor e voltar a insignificância do seu pó, e não será mais. Sua substância se perderá na mistura terreal-mater a qual todos nós irrefreavelmente iremos ao final. Pois, tudo é pó e ao pó irá. Esta é, portanto, uma verdade inexorável, patente aos olhos, real. Este pássaro nos serve como metáfora para refletirmos sobre a imprevisibilidade da vida e os seus meandros traiçoeiros. Ninguém está isento de sofrer o infortúnio ou livre do mal enquanto estiver no mundo. 

Existir é por si mesmo é um grande desafio e o ato de respirar implica em arcar com as possibilidades e impossibilidades da jornada. O conselho mais sensato é, portanto, não se apegar ao mundo, porque mais cedo ou mais tarde terá que deixá-lo. “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (1 Timóteo 6:7,8).

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