Por Geovani F. dos Santos
Vi um pequeno pássaro morto, caído ao chão. O
que me causou estranheza e desconforto em mim, não foi porque estivesse morto,
mas pelo fato de aquela pobre criaturinha não ter tido o tempo para
experimentar toda a liberdade a que aparentemente teria direito de ter. Um
outro pensamento me veio à mente. Antes de cair do teto, estava seguro no ninho
de sua mãe, amparado por aconchegantes plumagens que lhe propiciavam calor e
confortos maternais. Mas ei-lo, agora, ali, caído, esvaído, exânime. Um pássaro
que não mais voará, não terá manhãs luzentes, não mais sentirá o frescor da
brisa sob suas asas. Um ser que não gorjeará mais à semelhança de seus pares da
mesma espécie em uníssono pelos ares.
Ah! Quem me dera o poder de novamente fazê-lo
viver, soprar-lhe em suas narinas vigor, fazê-lo volver do seu status
mortis e catapultá-lo aos cimos para que sentisse ao menos em um átimo de
tempo o frescor da vida fruir-lhe no corpo. Todavia, impotente tenho que me
ater ao pensamento que ele irá se decompor e voltar a insignificância do seu pó,
e não será mais. Sua substância se perderá na mistura terreal-mater a qual
todos nós irrefreavelmente iremos ao final. Pois, tudo é pó e ao pó irá. Esta é,
portanto, uma verdade inexorável, patente aos olhos, real. Este pássaro nos
serve como metáfora para refletirmos sobre a imprevisibilidade da vida e os
seus meandros traiçoeiros. Ninguém está isento de sofrer o infortúnio ou livre
do mal enquanto estiver no mundo.
Existir é por si mesmo é um grande desafio e o
ato de respirar implica em arcar com as possibilidades e impossibilidades da
jornada. O conselho mais sensato é, portanto, não se apegar ao mundo, porque
mais cedo ou mais tarde terá que deixá-lo. “Porque
nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo,
porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (1
Timóteo 6:7,8).
Verdade meu irmão daqui nada levamos.
ResponderExcluirUma coisa tenho certeza, que aquele que está em Cristo ainda que morra viverá.
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