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terça-feira, 9 de agosto de 2016

O MUNDO DE SOFRIMENTOS E A ESPERANÇA FUTURA




Por Geovani F. dos Santos


O mundo é um lugar inóspito e estranho muitas vezes. Os seres humanos que vivem nele, dada a sua complexidade, ficam aturdidos com as circunstancias insólitas que em dados momentos, vez ou outra, apresentam-se sem aviso e pegam desprevenidos incautos e distraídos, vítimas fáceis dos fortuitos eventos da existência. Por mais que tentemos nos preparar, ou mesmo tentar antever o improvável, o certo é que sempre seremos vencidos pela improbabilidade ou ainda pela falsa certeza de que somos intocáveis aos infensos traiçoeiros. Todavia, o fato é que nossas deduções são incipientes para prever o possível e, ainda que tentemos ignorar, somos vítimas inconscientes de nossas próprias ilações particulares e destituídas de sobriedade. 

A Bíblia diz que o que acontece ao tolo, se dá também com sábio. Perceba que a condição de aparente vantagem ou desvantagem de um em relação ao outro, não é, por si só, consequentemente, condição para que escapem de flagelos e desgraças. Estão no orbe, e como seres existentes de carne e osso, são passíveis de sofrerem danos em todas as esferas e as consequências próprias inerentes à existência física.

Por exemplo, o sábio não pode prever o dia da sua morte, ainda que o quisesse isso não lhe é concedido. Do mesmo modo o tolo, também não poderá prever o dia em que será acometido por ela, porque isso lhe foi vedado. Talvez para lhes poupar de angústias maiores, Deus tenha ocultado dos homens a revelação do dia em que terão de deixar o mundo, seja da forma que for. Caso fosse o contrário, todos os indivíduos que vivem, viveriam premidos pelo peso de uma expectativa nauseante de que há qualquer momento poderiam receber o golpe fatal decisivo e do qual pavorosamente, estariam esperando como um laço. Alguns em razão da inevitabilidade e, por estarem cientes da data de seu passamento, acostumar-se-iam sem resistência como uma presa de gazela face ao predador voraz que a aprisionou em suas garras. Outros relutantes, não se dariam por resignados como é próprio da natureza obstinada do homem; todavia, longe se se satisfazerem com a ideia, buscariam meios para se abster de pensar no fato ou se lançariam a um completo absenteísmo em relação a vida, recolhendo-se a um melancólico estado de torpor ou ostracismo existencial.



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Na verdade, o homem deseja viver, pois, a vida lhe é algo inerente. A morte é apenas uma intrusa feia e soturna que é desprezada e odiada, ainda que alguns poetas a amassem. Se atentássemos verdadeiramente com entendimento para as coisas divinas, entenderíamos claramente que a morte, sim, é uma convidada não desejada por nenhum mortal, o qual se aferra a vida com todas as suas forças e insurge-se com a ideia de que um dia terá de atravessar o derradeiro vale em direção à eternidade. Podemos ver isso em muitos doentes terminais, que em muitos casos se digladiam com a doença que lhes consome a vitalidade e vigor da existência porque simplesmente não aceitam a cessação da vida terrena. O homem foi criado para a vida, mas o pecado roubou todo o seu encantamento transformando esse planeta num grande cemitério, e cada túmulo e lápide que se erige é um memorial bem grandiloquente desta verdade. A morte é um pregador contumaz que nos prega todos os dias e nos relembra sempre o mesmo epitáfio:


 “Tu és pó, e ao pó tornarás”.


Os efeitos destas palavras penetram no mais profundo das entranhas de nosso ser e nos fazem elucubrar sobre o efeito de um ato de desobediência que trouxe miséria e desespero a este mundo e que precipitou todos os filhos de Adão numa desgraça cujos efeitos atravessaram eras humanas e, se perpetua até o dia em que o Senhor der o basta a este sofrimento milenar por ocasião de sua vinda para pôr fim a este obnubilante cenário de pecaminosidade. Neste dia terra e céus voltarão a sorrir inebriados pela excelência da vida que será derramada sobre todos os habitantes remanescentes aos flagelos dos últimos dias. O rocio da saúde envolverá o planeta, que será sarado de sua maldade e restaurado a sua condição de paraíso para sempre. 

"E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis” (Apocalipse 21:1-5).

Um dia todas as cousas serão restauradas e a vida voltará a ser uma vida de qualidade para todos os habitantes deste planeta combalido e contaminado pelo pecado de nossos primeiros pais no Éden. Isso se dará durante o reinado do Messias e todos os que nele creem serão bem-aventurados. Maranata!   

          

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

PEDRO E O PERIGO DA PRESUNÇÃO

Por Geovani F dos Santos

"Mas Pedro, respondendo, disse-lhe:   que todos se escandalizem em ti, eu nunca me Escandalizarei" ( Mateus 26.36).

Logo após a Santa Ceia e das declarações do mestre acerca de sua traição e morte na cruz do Calvário, Jesus revela aos discípulos que todos ficariam escandalizados com isso. Na verdade, Jesus conhecia muito bem as Escrituras e, por conseguinte, o vaticínio referente ao ferimento do pastor e a consequente fuga do rebanho ( Mt 26.31, Zc 13.7). Jesus declara que os fatos se dariam muito rapidamente, ou seja, naquela noite ( Mt 26.31). Ele deixa óbvio isso quando usa "esta noite" como referência ao momento em que se dariam os desdobramentos de sua paixão e morte e ressurreição.




Pedro da mesma forma que contradisse o mestre em Mateus 16. 21-23,  quando foi repreendido duramente pelo Senhor, mais uma vez se interpõe com uma dose de presunção ao dizer: "Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei" ( Mt 26.33).

Jesus em sua presciência conhecia muito bem o coração do  seu discípulo e sabia que aquele aparentemente arroubo de ousadia não duraria muito tempo. Em outras palavras, usando um adágio muito comum entre nós, poderíamos dizer que aquele atitude de Pedro era como um "fogo de palha". Começa com muita intensidade, no entanto, se extingue rápido.

Isso demonstra claramente como muitas vezes as motivações humanas são produto de um ânimo carnal, não são espirituais. Tudo o que é carnal não prevalece a nenhuma prova!

Neste ínterim, é revelado a ele sua tríplice negação. Jesus assevera: "Em verdade te digo que, antes que o galo cante, três vezes me negarás"( Mt 26.34). Em sua contumácia, o pescador da galileia reintera enfaticamente:

"Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei" ( Mt 26.35). Adiante se verá desmoronar este frêmito de coragem.

A Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal sobre este episódio faz a seguinte ponderação:


"Todos os discípulos declararam que preferiam morrer a negar a Jesus. Poucas horas mais tarde, entretanto, estariam dispersos. Falar é simples. É fácil confessar que somos fiéis a Cristo, porém nossa afirmação só é validada quando posta à prova sob cruéis perseguições".

Jesus revela que nem sempre nossas palavras e atitudes possuem motivações genuínas. Podemos dizer num ímpeto de ardor emocional que somos capazes de seguir ao Senhor até às últimas consequências, todavia, a pressão da adversidade pode revelar a profundidade de nossa fidelidade e comprometimento com o Salvador. Isso comprova com exatidão que todos nós estamos sujeitos às susceptibilidades da natureza adamica. E, por mais decididos que estejamos, se não houver em nós verdadeira conversão, sucumbiremos ao primeiro round da luta.

Rafael Stanziona de Moraes, em artigo publicado no site: www.quadrante.com.br, assevera:


"Pedro, pelo contrário, nunca perdeu essa retidão interior. Começou a seguir Jesus num arranque abnegado de generosidade, por amor. E por amor seguiu-o até ao fim. No entanto, a sua natureza generosa e ardente era frágil, e Pedro, apesar de tantas advertências carinhosas mas claras de Cristo, preferiu ignorá-las presunçosamente. E foi essa presunção que o perdeu. O seu itinerário até à queda correu pela linha das atitudes de autosuficiência, das “desafinações” em relação ao espírito do Mestre, que a longo prazo apontavam para a infidelidade em situações extremas. E assim chegou à sua tríplice negação"

Fosse Pedro mais diligente em entender a voz do mestre e o seu ensino, muitos dos seus sobressaltos teriam sido evitados. Um certo ditado pondera: "Bom seria que aprendêssemos com os erros dos outros; mas há ocasiões em que precisamos aprender com os próprios erros cometidos. Isso faz parte do aprendizado. E muitas vezes Deus permite que passemos por tais circunstâncias para aprendermos grandes lições. Na Bíblia temos inúmeros exemplos disso.

Ainda, sobre a queda de Pedro, Rafael Stanziona de Moraes continua:


"Da queda de Pedro devemos, em contrapartida, aprender a fugir da presunção. Aprender que mesmo um homem reto, que continua a pôr Deus em primeiro lugar no seu coração, pode cair em faltas muito graves se não se esforça por estar muito unido a Ele, seguindo Cristo de perto; ou seja, se não combate energicamente as pequenas claudicações do seu modo de ser e não se apóia na força da graça – na oração, na confissão, na Comunhão..."

Esse episódio apresenta-nos a importância de nos colocarmos como humildes servos de Cristo, reconhecendo sempre as nossas limitações e a nossa pequenez diante do Senhor. Aquele que sonda os corações saberá recompensar todo esforço envidado para buscarmos a sua vontade. Se falharmos, assim, como Pedro, podemos contar com a sua misericórdia!


"Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" ( Hb 4.15).


Soli Deo Gloria!

sábado, 6 de agosto de 2011

LIBERDADE E RESPONSABILIDADE





Os homens são responsáveis diretos por suas ações uma vez que foram dotados de razão e intelecto. Desta forma posto, todos são capazes de refletir se determinada ação é ou não prejudicial a si mesmo ou ao seu próximo. Portanto, o homem deve ser consciencioso e adotar uma postura reflexiva em todos os aspectos de suas decisões, caso contrário pode colher os resultados de sua insensatez ou intemperança.

 No episódio de Gênesis que relata o primeiro assassinato da humanidade cometido por um dos filhos de Adão, percebemos a exacerbação dos instintos carnais sobre a razão, trazendo como consequência imediata um fratricídio. Vejamos o que Deus disse a Caim antes que o mesmo cometesse o crime:

“E o Senhor disse a Caim: Por que te irastes e por que descaiu o teu semblante? Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás ( Gn 4.6.7).

 Observe que o Senhor disse a Caim que o seu desejo estava ao seu alcance dominá-lo, portanto qualquer ação maligna que ele intentasse naquele momento poderia ser refreada ou impedida se ele cedesse à voz divina. Mas isso não aconteceu, porque ele preferiu dar ouvidos aos seus impulsos iracundos e a tragédia então se deu na primeira família que foi estabelecida na terra. “E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou” (Gn 4.8).

 O resultado posterior ao homicídio todos nós já sabemos, ou seja, maldição e banimento (Gn 4.11,12). Caim foi expulso para a terra de Node( Gn 4.16) que  significa exílio na língua hebraica.

O caminho de Caim é o caminho da desobediência e da incontinência no que tange às coisas espirituais. Tal caminho sempre trará resultados funestos a todos aqueles que por ele trilharem.

Voltando um pouco atrás desta narrativa, mas precisamente no capítulo 3 do livro do Gênesis onde trata da tentação e queda do homem, veremos que Deus testa a obediência de nossos primeiros pais no Éden ordenando-lhes que não provassem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal que estava no meio do jardim. Atente para o fato de que o Senhor, embora tenha dado uma restrição aos nossos primeiros pais de que não comessem do fruto proibido, todavia, não lhes tolheu a liberdade de circularem pelo paraíso. Isso demonstra claramente que Deus, conquanto soubesse por sua onisciência que o homem transgrediria sua ordem, preferiu dar um voto de confiança ao casal que criara.

A árvore estava ali diante deles, mas eles tinham o dever moral de não tocá-la, uma vez que tal atitude incorreria na violação da ordem divina. Portanto, deveriam controlar a ansiedade e a curiosidade de experimentar do seu fruto por obediência e temor daquele que lhes advertira. No entanto, o relato inspirado declara que Satanás perverteu o coração de Eva, e esta, dando ouvidos à serpente, comeu do fruto proibido e deu-o também a Adão, fazendo dele o seu cúmplice na transgressão. Vejamos:

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores, do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus sabendo o bem e o mal. E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também ao seu marido, e ele comeu com ela” ( Gn 3.1-6).

Observe a distorção da ordem divina nas palavras da serpente neste fragmento: “É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? Vemos claramente o erro nestas palavras. Deus não disse a eles que comessem de todas as árvores. Ele lhes advertiu que comessem  de todas árvores frutíferas, menos da árvore do conhecimento do bem e do mal, nesta eles não poderiam tocar. Eva sabia de tal asserção divina, pois ela mesma repetiu à  serpente o que Deus havia ordenado. Entretanto, Eva falhou na manutenção de tal obediência em seu íntimo quando cedeu às investidas do Diabo. Satanás conseguiu corromper os seus sentidos e desta forma obter êxito em sua estratégia.

Deus sempre estabeleceu regras e limites ao seu povo. O relato da queda do homem revela o que pode acontecer quando nós violamos os seus mandamentos. Nossos primeiros pais e toda a raça humana passaram a gemer sob o estigma do pecado e a morte passou a reinar no mundo. Mesmo que não tenhamos pecado à semelhança do pecado original, contudo, herdamos os gérmens de sua transgressão por solidariedade da raça. O apóstolo Paulo deixa claro essa verdade:

“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos homens, por isso que todos pecaram. Porque até à Lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir” ( Rm 5.12-14).

As consequências funestas do pecado repercutiram sobre toda a raça humana, como o resultado imediato da violação dos princípios divinos estabelecidos desde o princípio. Toda ação tem uma reação direta sobre alguma coisa. É uma lei inalterável. Deus estabelece marcos e demarca limites em nossa vida para que não os ultrapassemos. A quebra de tais linhas demarcatórias conduz os indivíduos à ruina e a frustração. Não temos visto as mesmas repetições do passado em nossa sociedade? Muitos desobedecendo aos seus pais e vivendo desordeiramente terminam seus dias de juventude trancafiados em uma cela, escravos de vícios ou mortos. Como bem disse Paulo: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).

Quando fazemos concessões ao diabo e ignoramos as advertências do alto colhemos o fruto amargo de nossas iniquidades. A lei da semeadura é implacável. O que homem plantar, isto ele colherá. Paulo declara que: “O que semeia na carne, da carne colherá corrupção, mas os que semeiam no Espírito, do Espirito colherá vida eterna (Gl 6.8). Tudo depende de uma escolha, de uma atitude, de uma mudança de vida e de mentalidade. O Senhor tem bons pensamentos para conosco, pensamentos de salvação! Estamos dispostos a obedecê-lo ou ignoramos suas advertências. Na carta aos hebreus está escrito:” Como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande salvação!(Hb 2.3). Deixemos de lado a dura cerviz e humilhemo-nos diante do Senhor para que alcancemos sua misericórdia e graça.

A árvore do conhecimento do bem e do mal ainda faz as suas vitimas na atualidade. Assim como nossos primeiros pais cederam à tentação de Satanás e desobedeceram ao Criador. O homem moderno se deixa seduzir com as mesmas falácias revestidas de uma nova roupagem e chafurdam na lama do pecado e do engano. O único caminho para se escapar deste círculo vicioso e o arrependimento. Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração (Hb 3.7,8).