Por Geovani F. dos Santos
O mundo é um lugar inóspito e
estranho muitas vezes. Os seres humanos que vivem nele, dada a sua
complexidade, ficam aturdidos com as circunstancias insólitas que em dados
momentos, vez ou outra, apresentam-se sem aviso e pegam desprevenidos incautos
e distraídos, vítimas fáceis dos fortuitos eventos da existência. Por mais que
tentemos nos preparar, ou mesmo tentar antever o improvável, o certo é que
sempre seremos vencidos pela improbabilidade ou ainda pela falsa certeza de que
somos intocáveis aos infensos traiçoeiros. Todavia, o fato é que nossas
deduções são incipientes para prever o possível e, ainda que tentemos ignorar,
somos vítimas inconscientes de nossas próprias ilações particulares e
destituídas de sobriedade.
A Bíblia diz que o que acontece ao tolo, se dá
também com sábio. Perceba que a condição de aparente vantagem ou desvantagem de
um em relação ao outro, não é, por si só, consequentemente, condição para que
escapem de flagelos e desgraças. Estão no orbe, e como seres existentes de
carne e osso, são passíveis de sofrerem danos em todas as esferas e as consequências
próprias inerentes à existência física.
Por exemplo, o sábio não pode
prever o dia da sua morte, ainda que o quisesse isso não lhe é concedido. Do
mesmo modo o tolo, também não poderá prever o dia em que será acometido por
ela, porque isso lhe foi vedado. Talvez para lhes poupar de angústias maiores,
Deus tenha ocultado dos homens a revelação do dia em que terão de deixar o
mundo, seja da forma que for. Caso fosse o contrário, todos os indivíduos que
vivem, viveriam premidos pelo peso de uma expectativa nauseante de que há
qualquer momento poderiam receber o golpe fatal decisivo e do qual
pavorosamente, estariam esperando como um laço. Alguns em razão da
inevitabilidade e, por estarem cientes da data de seu passamento, acostumar-se-iam
sem resistência como uma presa de gazela face ao predador voraz que a
aprisionou em suas garras. Outros relutantes, não se dariam por resignados como
é próprio da natureza obstinada do homem; todavia, longe se se satisfazerem com
a ideia, buscariam meios para se abster de pensar no fato ou se lançariam a um
completo absenteísmo em relação a vida, recolhendo-se a um melancólico estado
de torpor ou ostracismo existencial.
Na verdade, o homem deseja
viver, pois, a vida lhe é algo inerente. A morte é apenas uma intrusa feia e
soturna que é desprezada e odiada, ainda que alguns poetas a amassem. Se atentássemos
verdadeiramente com entendimento para as coisas divinas, entenderíamos claramente
que a morte, sim, é uma convidada não desejada por nenhum mortal, o qual se
aferra a vida com todas as suas forças e insurge-se com a ideia de que um dia
terá de atravessar o derradeiro vale em direção à eternidade. Podemos ver isso
em muitos doentes terminais, que em muitos casos se digladiam com a doença que
lhes consome a vitalidade e vigor da existência porque simplesmente não aceitam
a cessação da vida terrena. O homem foi criado para a vida, mas o pecado roubou
todo o seu encantamento transformando esse planeta num grande cemitério, e cada
túmulo e lápide que se erige é um memorial bem grandiloquente desta verdade. A
morte é um pregador contumaz que nos prega todos os dias e nos relembra sempre
o mesmo epitáfio:
“Tu és pó, e ao pó tornarás”.
Os efeitos destas palavras
penetram no mais profundo das entranhas de nosso ser e nos fazem elucubrar
sobre o efeito de um ato de desobediência que trouxe miséria e desespero a este
mundo e que precipitou todos os filhos de Adão numa desgraça cujos efeitos atravessaram
eras humanas e, se perpetua até o dia em que o Senhor der o basta a este
sofrimento milenar por ocasião de sua vinda para pôr fim a este obnubilante cenário
de pecaminosidade. Neste dia terra e céus voltarão a sorrir inebriados pela
excelência da vida que será derramada sobre todos os habitantes remanescentes
aos flagelos dos últimos dias. O rocio da saúde envolverá o planeta, que será
sarado de sua maldade e restaurado a sua condição de paraíso para sempre.
"E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis” (Apocalipse 21:1-5).
Um dia todas as cousas serão restauradas e a vida voltará a ser uma vida de qualidade para todos os habitantes deste planeta combalido e contaminado pelo pecado de nossos primeiros pais no Éden. Isso se dará durante o reinado do Messias e todos os que nele creem serão bem-aventurados. Maranata!
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