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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

UMA FÉ QUE VALE À PENA



Por Geovani F. dos Santos



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John Huss diante dos seus inquisidores papistas prestes
a ser queimado na fogueira.
A fé dos homens do passado e os seus grandes feitos em nome de Deus devem ser imitados. Numa época de intensa incredulidade e profundo afastamento dos padrões doutrinários esposados pela Bíblia, evocar os homens do passado e os seus exemplos salutares é uma maneira honrosa para se permanecer inabalável quando tantos estão fazendo naufrágio espiritual ou se apostatando deliberadamente do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Os cristãos de todos os tempos foram inspirados pelo Espírito Santo enquanto liam as façanhas de homens e mulheres de Deus que permaneceram firmes diante de adversidades e se mostraram tenazes em sua perseverança, aguardando uma resposta ou ainda um livramento da parte do Senhor, em face de circunstâncias aparentemente impossíveis e desesperadoras do ponto de vista humano.

Estes heróis da fé permaneceram inabaláveis, como que vendo o invisível, porque tinham a consciência de que o Senhor sabia dos seus sofrimentos e, de alguma forma inexplicável, atravessava com eles esses infensos, dando-lhes graça e valor para suportarem os maiores suplícios em nome da fé e da verdade.

A história está repleta de relatos extraordinários que lustram de esperança a fé dos santos e acrescentam aos mesmos uma dose de destemor e ousadia no Deus invisível, mesmo que ao redor tudo pareça obscuro e nebuloso. Os grandes legados dos santos da antiguidade se erguem como memoriais, os quais, como grandes faróis, iluminam a rota dos peregrinos cristãos, instilando-lhes alento afim de que prossigam até o fim, arrostando todas as dificuldades, com pertinácia enfrentando todas os mais terríveis obstáculos impostos pelo Diabo e os inimigos da cruz de Cristo, tendo em vista que a mensagem   não seja obnubilada pelo mau e os seus estratagemas.

Ao levantar o ideário de fé e permanecer confiantes no legado dos santos da antiguidade, os cristãos contemporâneos dão perfeitas mostras de que vale à pena servir a Jesus e ser leais a ele custe o que custar. Se existe um preço a ser pago, Cristo é digno de todo o sacrifício, porque ele mesmo, triunfou na cruz de Gólgota para nos dar direito à bem-aventurança eterna.

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Muitos santos foram laçados às feras nas arenas
 romanas por causa de sua fé em Cristo
A história nos dará exemplos notórios que são dignos de menção, exemplos estes, que por serem tão dignificantes, precisam ser relembrados por todas as gerações para que não caiam no olvido e se dissipem no vácuo da história. Podemos citar como um destes exemplos, a vida de Inácio, um servo de Cristo que fora preso por ser cristão e, enquanto era conduzido para o seu local de execução escreveu cartas confortadoras e admoestadoras às igrejas. Ele disse:  

“Tenho sido escoltado por soldados que mesmo sendo tratados com brandura, o seu furor excede aos dos leopardos. Mas, não me importo, contudo que ganhe a Cristo. Sou como o grão de trigo que precisa ser moído pela boca dos leões para me tornar pão no Reino dos Céus" 

Este relato tocante, porém, verdadeiro. Ecoa pelos séculos e nos chama ao compromisso de continuarmos a obra destes desbravadores da fé, que, muito antes de nós, foram impertérritos em sua fidelidade, mesmo que essa fidelidade implicasse em seus próprios martírios. Conta-se que John Huss, que antecedeu Lutero, cerca de quase 200 anos, foi levado ao seu lugar de execução. Enquanto caminhava, era insultado pela turba ensandecida e feroz. Resignado, Huss teria dito: 

“Ele sofreu tanto por mim! ” 

E, talvez, estas foram as suas últimas palavras na terra dos viventes.  O se corpo foi carbonizado pelas chamas, todavia, não abriu mão da verdade que ardia em seu peito e, tampouco, se deixou abalar pelas multidões, as quais como demônios infernais lançavam-no impropérios e doestos mordazes.  

Muito antes dele, também o Salvador se prestou ao espetáculo de desprezo e ignominia em nome de milhões de almas perdidas que um dia lhe seriam gratas por Ele ter ido até o Calvário para redimi-los do horror de uma eternidade no inferno. Portanto, nenhum sofrimento que possa ser experimentado por alguém neste mundo será inútil, pois ainda que pareça ser sem sentido, para Deus ele é compreendido e necessário a alguma finalidade precípua, conhecida apenas pela Providência.


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As perseguições religiosas foram implacáveis aos servos
de Jesus ao longo da história. 
Partindo desta premissa, portanto, o sofrimento se reveste de significado e incorpora elementos da vontade de Deus que produzem purificação deste mundo pecaminoso e levam à santificação. O Salvador em primeira mão palmilhou por este vale para que os que o seguiriam ao longo dos séculos entendessem, ao menos em parte, que o servo não é melhor ou maior do que o seu Mestre.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O DESEJO DE JESUS


Por Geovani F. dos Santos


“Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amastes antes da fundação do mundo” (João 17.24).






A vontade do Mestre neste fragmento textual é que os seus discípulos possam estar com ele e desfrutar de sua comunhão íntima no reino que o Pai lhe outorgou. Jesus deseja que os seus servos contemplem a sua glória e sejam, também participantes dos regozijos eternos que aguardam os santos no porvir. Arrington e Stronstad (2004, p. 595), declaram: “ Jesus ora pela era da igreja até que Ele volte. Ele almeja que o fim chegue, porque quer ter seus seguidores com Ele no céu para experimentarem o amor glorioso e pleno que o Pai enviou”. Sabemos pela Palavra e podemos sentir pela ação do Espírito Santo em nós que o Senhor nos anela e nos deseja com amor paternal. Não é nenhuma novidade quando as Escrituras afirmam que “preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos (Salmo 119.15), e aguarda com veemência, o dia em que todos nós estejamos unidos a Ele na Glória eternal, onde usufruiremos de toda a plenitude do seu amor.  Willian Barclay, em seu Comentário do Novo Testamento, assevera:


                                    Em segundo lugar, Jesus disse que desejava que seus discípulos vissem sua glória no Céu. O cristão está convencido de que participará de todas as experiências de Cristo. Se tiver que compartilhar a cruz de Cristo, também participará de sua glória. “Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará.  (2 Timóteo 2.11-12). Neste mundo, no melhor dos casos veem através de um vidro escuro mas então veremos face a face (1 Coríntios 13.12). A alegria que temos agora não é mais que uma débil amostra do que experimentaremos logo. Cristo promete que se compartilharmos sua glória e seus sofrimentos na Terra, participaremos de sua glória e seus triunfos quando terminar a vida sobre a terra. E que promessa maior poderíamos esperar?


O desejo de Cristo um dia se cumprirá e a Igreja do Senhor, gloriosa, entrará na glória sempiterna para contemplar aquele que morreu numa cruz para lhe dar a mais alta dignificação diante dele mesmo em sua santa presença no céu. O anelo por este dia deve fazer parte de nossa expectativa cotidiana, porque isso faz parte da paciência dos santos. O hino 26 da Harpa Cristã, de autoria do saudoso Emílio Conde, acentua este anelo em seus versos, vejamos:


"Quão glorioso, cristão, é pensares
na cidade que não tem igual,
onde os muros são de puro jaspe,
e as ruas de ouro e cristal;
Pensa como será glorioso
ver-se a triunfal multidão,
que cantando aguarda a chegada
dos que vencem a tribulação."