Por Geovani F. dos Santos
Recentemente recebi uma reportagem da Revista New Republic com a seguinte manchete: " Igreja da Inglaterra suspende proibição contra clérigos gays desde de que se comprometam viver celibatários". A decisão partiu da "House of Bishops " ou Casa dos Bispos, que é composta pela ala mais antiga da Igreja Anglicana, responsável pelo fim da moratória de 18 meses contra a ordenação de homossexuais vivendo em comunhão civil estável ao episcopado. A medida polêmica ameaça reacender uma questão que divide os 80 milhões de fiéis da imensa comunidade global anglicana.
A Casa dos Bispos confirmou que clérigos em união civil e vivendo de acordo com os ensinos da igreja sobre sexualidade humana podem ser considerados como candidatos ao episcopado, disse Graham James, o Bispo Norwich.
Segundo a Revista, a polêmica decisão foi tomada em Dezembro último, mas recebeu pouca atenção até sua confirmação pela igreja na Sexta-feira. Em sua declaração, os bispos consideravam ser injusto excluir de consideração para o episcopado qualquer um que buscasse estar completamente em conformidade com os ensinos da igreja sobre ética sexual ou outras áreas da vida pessoal e disciplina. A questão da homossexualidade tem conduzido a um racha entre anglicanos norte-americanos e africanos desde que a diocese canadense aprovou bênçãos para "casais" do mesmo sexo em 2002, seguida pelos anglicanos dos Estados Unidos da Igreja Episcopal, que nomearam um bispo gay em 2003. Clérigos gays em comunhão civil devem ser elegíveis para o episcopado se eles se comprometerem permanecer celibatários, como já é o caso para diáconos e presbíteros homossexuais. Um dos bispos anglicanos fez a seguinte declaração:
"A igreja da Inglaterra está lutando para permanecer relevante na moderna Grã-Bretanha a despeito da queda do número de crentes."
Pareceria cômica se não fosse trágica tal declaração! Como uma igreja pode permanecer relevante se tolera o abominável em seu seio? É no mínimo uma inconsistência essa assertiva, uma vez que vai de encontro às Escrituras e aos ensinos apostólicos que versam sobre a vida de santificação e abandono do pecado. O apóstolo Paulo em sua saudação à igreja em Filipos, assevera:
"a todos os santos em Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos" ( Fp 1.1b ).
Observe na saudação a palavra "santos". Paulo chama os membros da igreja de Filipos com essa designação, incluindo conforme o versículo supracitado também os bispos e diáconos. Em I Timóteo 3.1-10 encontramos os ensinos paulinos sobre as atribuições necessárias a quem almeja o episcopado. Vejamos:
"É necessário,portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a sua casa, criando filhos sob disciplina, com todo respeito ( pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça, e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, afim de não cair no opróbrio e no laço do diabo."
Paulo diz que o presbítero tem que ser irrepreensível, do grego anepileptos. Segundo o Comentário Bíblico Pentecostal, "essa é a primeira e mais importante qualificação. Nunca deveria ser possível( literalmente) "surpreender um bispo" fora dos limites da integridade". Partindo deste princípio, embasado neste qualificativo bíblico, um homossexual jamais se enquadraria em tais exigências, salvo converter-se e for regenerado pela graça de Cristo.
Portanto, quando a igreja não leva em consideração as exigências descritas, entra em colisão com a Doutrina Bíblica e, por conseguinte, adota um discurso que destoa do modelo apostólico. Na verdade, quando se toma esta atitude, já em si revela o grau de comprometimento com o pecado e a apostasia. Não devemos nos enganar com os falsos discursos da igreja tolerante e, tampouco, adotarmos o seu expediente nefando. Se assim o fizermos estaremos nos tornando inimigos do evangelho, e renegando todos os ensinos escriturísticos que nos convocam a uma vida de retidão e santificação.
Paulo afirma em sua Epístola a Timóteo, que existem pessoas que pervertem a fé de alguns ( 2 Tm 2.18). Estes indivíduos são os que sorrateiramente tentam desvirtuar o caminho dos santos através da introdução de falsos ensinos na igreja. Desta forma causam grande mal à lavoura de Deus. No entanto, o apóstolo deixa claro neste ensino que a Doutrina bíblica verdadeira não pode ser abalada por embusteiros ou falsos mestres, ele assevera :
"Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade" ( 2 Tm 2.19).
Soli Deo Gloria!
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