Por Geovani F. dos Santos
Domingo à tarde, moradores
do bairro Colinas do Peró em Cabo Frio, revoltados pela demora da Prefeitura
Municipal de Cabo Frio em recolher o lixo da comunidade, resolveram depositar
todo o lixo no meio da rua. O trânsito
de veículos foi impedido no local e causou transtorno aos motoristas, que
tinham de fazer o retorno até o centro do Jardim Esperança pela estrada velha
de Búzios.
O que se via eram montões
de sacos de lixo amontoados uns sobre outros e restos de entulho sobre a via,
colocados como forma de protesto contra o descaso do governo municipal. Os
moradores atearam fogo ao lixo e uma espessa nuvem de fumaça tóxica subia aos
céus e podia ser vista de longe por quem passava.
Os membros da comunidade
cobram providências do poder público não apenas pelo lixo que não tem sido
coletado no bairro, mas também porque os terrenos do condomínio têm sido usados
para o despejo de restos de construção e entulho, trazidos por caminhões e
depositados clandestinamente na localidade. Pode-se ver os montões de detritos
que se acumulam nos lotes, que já se tornaram um imenso bolsão de sujeira a céu
aberto.
No centro do grande
Jardim Esperança e adjacências não é diferente. Sofás, cadeiras, material de
demolição, galhos e restos orgânicos em
decomposição fazem a festa de cães, urubus e roedores, avidamente em busca de
alguma sobra doméstica que lhes satisfaça a gana por comida. O fedor resultante
da putrefação é insuportável e pode-se ver o chorume escorrendo pelas calçadas
apinhadas de moscas. A população está abandonada e a revolta está estampada nos
olhos e nas palavras indignadas dos que se sentem traídos pelos seus
representantes legislativos que, diga-se de passagem, há muito não dão às caras.
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