terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

CRÍTICA LITERÁRIA



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ANÁLISE DE TEXTO
RJ, 20.12.12
Por Alberto Couto Filho
RCA 10722/06
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Sorte minha!
Eu amo (em Cristo Jesus) o autor, circunstância em que, para Sartre Jean-Paul, a abstenção da severidade não tem aceitação na crítica literária de boa cepa. E dai? Se p’ro bem do poeta, obrigo-me, assentindo com Tiago, o “joelho de camelo” – por que pecar?
Quadras, tercetos, dístico, rima branca; Nas estrofes versos livres/brancos, heterométricos, em linhas opositoras naturais à prosa, essa escrita contínua, não pausada. Em função, em essência e sentimentos transmitidos, leio a pura poesia; a bela arte; a arte imitativa, diria Aristóteles; ignoraria Platão.
Ela, a manhã, cálida como a lembrança, enquanto quente a produzir calor; Ele, intenso, expressivo, apaixonante até; humor sanguíneo/artesão, corajoso, amoroso, a expressar, intimamente, ambições e desejos;
O horizonte, Tróia, sua cirurgia-guerra, extensão da sua sensibilidade, cede lugar ao horizonte de esperanças e perspectivas futuras na volta à faina. É a vida.
Giovani Santos, desalento inspirador à caça de rápidos fulgores num repente brilhantismo de uma ideia (só sua). Ele aspira por luz difusa do céu, no limiar do texto e, acordado de um cândido sonho, lança-se ao mar convalescendo. Prenuncia uma Odisséia qual Odisseu, Ulisses. Acompanham-no, sem sair de Ítaca  (“sua” Cabo Frio): Penélope, o Pai Eterno, Seu Filho e o Espírito Santo.
Mas, prossigo dando tratos à bola sem, ainda, estar certo de entender, da mensagem a sua essência. Critiquem–me;critiquem minha crítica por ser prolongada. Débora e Baraque veem em meu socorro, estendendo seu cântico, em Jz 5:3; Digo, comparsa que sou de Shakspeare:
 “Prestai-me ouvidos”!
Lírica/Lirismo emotividade na 1ª pessoa, amálgama do epopeico com o “esperar no Senhor”, crença maior, a sua lira, em acentos de subjetividade, todavia, vê-se algo mais no alvorecer do subjetivo da obra, desperto no íntimo do âmago do poeta.
Seu estado d’alma, a sua poesia denuncia sentimentos e emoções por ele vividas – discurso a exigir análise mais acurada no afã de revelar o propósito do autor.
Barafundo-me, aparvalhado!
Geovani não é assim, cismo, matutando. Geovani é “Apostasia Escancarada”; é “Marionetismos Ideológicos”, “Entre o Santo e o Profano”. Conheço-o (?) de irrepreensível prolixidade sim, contudo destituída de qualquer resquício de superfluidade, sem arredar sentidos nem palavras desviar, como nesta sua “Cálida Manhã”. O pendor (Eisntellung) para a poesia é revelado no emotivo expresso no texto e nas fabulações da sua obra poética.
Com mestria, com ardente sentimento, ele fabula um tipo de romance quimérico, excêntrico e original como ele, imaginária aventura vivida em curto estro poético, em substituição a outra denúncia oferecida (autopromovida); Vã tentativa de suprir ou suprimir uma verdade real (a dor pós-cirúrgica), em escrito descompassado e sem ritmo, que lhe veio n’alma, exprimido em retórica alheia à métrica.
A dor sendo metaforicamente compensada; Do poente ao alvorecer, o alegre renascer, o recomeço, a antevisão de que está por vir, em compensação, dias prazerosos (bravos!).
De novo ao mar. Agora “Alguém” e não mais “Ninguém”; Homero por Cervantes; Ulisses por Quixote, nos ombros do Senhor dos Exércitos, posição da qual Geovani nunca se afastou.
O autor sabe que, em suas andanças pela vida, terá de lutar contra Polífeno, Eolo e outras potestades infernais, mas ele nada teme.
Seu destemor advém da fé e confiança na rocha que é Jesus, vivo entre nós, e não em “falésias moldadas pela erosão do mar”.
Giovani F Santos é um vencedor em Cristo Jesus


Magnífica crítica do irmão Alberto Couto Filho ao poema "Cálida Manhã", escrito por mim neste blog.    

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

GETSÊMANI




Aquelas árvores em silêncio
Ouviram teu lidar
Em plangente noite de trevas
Quando sombras densas desceram
Quais punhais em tua alma dilacerada pela dor
Mortal

Aqueles troncos são confidentes mudos
De tua alma em transe
Em jorrar contínuo de emoções soturnas

Cada pedra que ali permanece
Se erige em memorial
Que abrange eras, espaços e mundos infinitos
De gravidade
Para contar tremente
Tuas horas de lagar,
Teus momentos premidos em que escolheste o cálice
Da cruz.



Geovani F.dos Santos
   (21/02/2012)



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O RECRUDESCIMENTO AVANÇADO DA APOSTASIA






Por Geovani F.dos Santos




As estribeiras morais da sociedade há muito já desceram pelo ralo. Nós estamos vivendo dias que mais parecem surreais de todos os pontos de vista. A anormalidade tomou conta deste século estranho e já estamos nos sentindo como peixes fora d'água. Quem diria que as coisas recrudesceriam assim tão rapidamente e descambariam para o quadro alienado e alienante de nossos dias?

Muitas igrejas e pastores vivem como se estivessem em um transe hipnótico. Seu torpor e letargia no tocante a assuntos basilares da fé são flagrantes. As instituições ditas cristãs se tornaram um antro de bizarrices e desvios doutrinários sem precedentes. Muitos dos que adentram à igreja nesta nova conjuntura inaugurada pelo homem, ficam presos às mesmas idiossincrasias e modismos reprováveis vistos em seus líderes. A verdadeira e salutar doutrina do Evangelho de Cristo está sendo substituída por um evangelho social, cujo discurso politicamente correto evita o confronto e busca descaradamente as vias ecumênicas abomináveis de diálogo interreligioso.

É comum, agora, vermos "evangélicos" de mãos dadas com budistas, xintoístas, espíritas, islâmicos, xamãs, bruxas, umbandistas, candomblezeiros, gurus e outras figurinhas horripilantes deste caldeirão de vaidades e interesses satânicos.Onde nós vamos para com tudo isso?Resposta:Em apostasia ampla e escancarada contra Deus.

Talvez venha o dia em que não possamos mais usar este espaço ou mesmo nossas igrejas. Assim como os cristãos do segundo século, voltaremos às igreja-casa dos dias de Paulo ou mesmo às "covas e cavernas" como nos menciona o livro de Hebreus (Hb 11.38).

Seja como for o nosso testemunho cristão não pode ser maculado. A voz dos santos ecoará até o martírio, não foi assim ao longo dos séculos? Deus sempre guardará uma remanescente fiel a despeito de todo o quadro de apostasia reinante. Quando a atmosfera ficar realmente irrespirável e não houver mais a possibilidade de aqui estarmos como Igreja do Cordeiro, santa e imaculada, com certeza a trombeta soará!



Soli Deo Gloria!


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O MIMETISMO DESCARADO DO PT E AS MASSAS MANOBRÁVEIS


As massas nunca foram tão manipuladas como em nosso tempo. Tais manobrismos são perceptíveis nos discursos políticos e nas formas de exploração demagógica comumente utilizadas como instrumento persuasivo de campanha. Os políticos, estes astros do mimetismo, exploram a exaustão tais recursos, e deles se utilizam se qualquer escrúpulo para atingir suas demandas eleitoreiras, abrir caminhos ideológicos e marionetizar  mentalidades tacanhas a seus discursos e promessas utópicas. 

O povo brasileiro parece ter se tornado refém desse tipo maneirismo ardiloso, não apenas na política, mas também em outras esferas sociais.Será que a alcunha que somos um povo que esquece fácil as coisas não seria a deixa para a perpetuação de tal comportamento aviltante? Será que tal atitude não reflete a inabilidade e inaptidão do brasileiro nato em lidar com charlatães e hipócritas de carteirinha?  Tenho as minhas dúvidas, mas a ideia é que nos tornamos cordatos demais com o erro e a corrupção. Tal normose cotidiana nos embotou os sentidos, nos destituindo do verdadeiro senso crítico que deveríamos de fato possuir.

O que fazer quando a maioria dos cidadãos brasileiros são acríticos e não afeitos ao debate de ideias? Como contornar a ausência de memória coletiva em assuntos relevantes para a nação? Enquanto nos mostramos passivos frente ao liberalismo ufanista de uma minoria no poder e ao dialogo canhestro de mandatários que não tem coesão de discurso e de propósito em suas próprias vidas, como poderemos fazer desta nação um país de gigantes?

Vivemos um momento crítico no que tange à luta por valores. Valores estes que na campanha eleitoral passada foram discutidos e trabalhados de forma maquiavélica pelos proponentes ao governo federal. Pensávamos  em nossa ingenuidade que uma vez
fazendo pressão sobre eles, enquanto candidatos, quando eleitos, cumpririam suas promessas de campanha ao pé da letra. Ledo engano. Pagamos novamente com a nossa ingenuidade em pensar que o PT tem escrúpulos morais. 

Na verdade com o intuito de ganhar a gregos e troianos, a princípio tergiversou da temática do aborto, tendo em vista que um confronto de ideias deste teor teria um resultado negativo nas urnas. Afinal católicos e evangélicos neste quesito são unânimes, ou seja, defendem com unhas e dentes a cartilha pró-vida. Ser contrários a eles naquele momento seria assinar um atestado de burrice. Diriam eles em ardilosa orquestração: mudemos o discurso, e assim os engodemos até o momento oportuno. Mais uma vez a camaleoa, da mesma forma como o seu predecessor, o candidato operário, estigmatizado pela vida e perseguido pelo regime militar, Lula da Silva, souberam tirar proveito da situação e do poder de seus personagens para se beneficiarem politicamente, desta forma consolidando o poder petista no país.

O discurso eleitoreiro falso, agora vem à tona com medidas impopulares e atitudes contraditórias quanto ao fazer e efetuar. Por exemplo: Dilma não se mostrou contrária ao aborto e ao homossexualismo sobretudo na questão do kit gay do Haddad? Veja como ela já se contradiz em suas próprias medidas e escolhas. Nivaldo Cordeiro deixa claro:

"O sestro petista de dizer uma coisa e fazer outra agora encontrou o seu limite. A meta estratégica do PT em 2012 é eleger Fernando Haddad prefeito de São Paulo, fato que não ocorrerá contra o sentimento conservador da população. Ele que, quando ministro, patrocinou o rejeitado "kit gay", que provocou repúdio nacional. Dilma Rousseff se elegeu tranqüilizando conservadores crédulos, que acreditaram ser ela contra o "kit gay" e contra o aborto. A ministraMenicucci é defensora do abortismo mais horripilante e desenfreado"

Eu acho que esse pessoal acha que evangélico é otário ou coisa parecida. Na verdade precisamos abandonar este estigma de alienados e fazer coro contra estas imposições arbitrárias de um governo apequenado, que não respeita a opinião de uma maioria e, tampouco, considera legítimos os discordantes de suas decisões. O PT está se saindo melhor do que a encomenda. A sua capacidade de ludibrio é mais descarada do que imaginávamos. Deixemos de lado nossas diferenças e encampemos a luta pela dignidade humana e pelo direito de nascer, que alguns pretensiosos julgam terem o poder de arbitrar.

Se não fizermos nada seremos cúmplices do massacre de milhões de inocentes perpetrado por médicos facínoras em clínicas de aborto patrocinadas pelo governo e também da liberação da sem-vergonhice escancarada em todos os níveis nesta sociedade. Que Deus nos Valha!



Soli Deo Gloria!    







IDIOSSINCRASIAS, IGREJAS E MODISMOS



No meio cristão evangélico afloram modismos,  práticas e comportamentos estranhíssimos à Palavra  de Deus. Existem igrejas para todos os tipos e gostos. Se aquela igreja não se adéqua a sua cosmovisão teológica ou se o pastor não segue a cartilha de suas idiossincrasias, não se preocupe, porque logo encontrará uma "portinha" que atenda as suas necessidades mais primárias de culto. Dias desses ouvi a seguinte conversa de dois indivíduos que empunhavam a Bíblia na mão:

- A paz, mano! Quanto tempo não nos vemos. Tá com cristo!

O outro, de peito inflado, respondeu:

- Tô sim, mano. Tô lá na "Boca da Paz".


Presumi naquele momento, baseado naquela conversa informal daqueles dois homens que "Boca da Paz" fosse alguma denominação evangélica encravada em alguma favela ou subúrbio de minha cidade. Não é que acertei. Tal denominação verdadeiramente existia em um dos bairros . Era um recôndito para  os desafortunados que haviam chafurdado no charco das drogas, ex-ébrios e toda sorte de párias esquecidos pela sociedade e que, agora, tinham encontrado Cristo e estavam felizes em sua "Boca da Paz".

Se você acha estranho este nome e esta história, saiba que isso está se tornando uma normalidade no mundo evangélico de hoje. Tais igrejas como nomes bizarros proliferam e causam não apenas curiosidade nas pessoas, mas um certo receio sobre o padrão doutrinário ou bíblico-teológico em que  essas denominações se assentam. Crentes mais conservadores, muitas vezes ligam o seu desconfiômetro  no máximo quando ouvem sobre estes movimentos. Não seria mais uma seita que surgiu  ou um grupo de 'desigrejados' que rompeu com o sistema e estaria agora cultuando de uma maneira alternativa?  Seja como for, sigo em minha desconfiança com tais movimentos inovadores ou atitudes vanguardistas dissidentes de alguma denominação já existente. Prefiro ficar com o que já estou acostumado, com o modelo de fé e de igreja apresentado na Escritura e que tem as suas raízes no ensino apostólico. Se alguém discorda, paciência! Bem sei que todos são livres para decidir e fazer as suas escolhas, no entanto, devemos lembrar que muitas dessas decisões e escolhas tem consequências que não devem ser ignoradas.

Não sou contra o estilo de ninguém. Como seres humanos somos diferentes em inúmeras coisas e, nem sempre agradaremos a todo mundo. A questão que eu debato aqui é se o meu modelo de vida agradaria ao Mestre ou se a minha conduta enquanto cristão seria aprovada por Ele caso estivéssemos diante dele. Não se lembram daquele livro: Em seus passos o que faria Jesus? Pois bem, o que Jesus sentiria na sua pele se adotasse o seu estilo de vida ou será que ele aprovaria o tipo de liturgia cristã liberal que você abraçou como meio alternativo de vida?

Na verdade, muitas pessoas são levadas a movimentos ou a aderir certos modos de vida e de comportamento por pura influência de terceiros, sem levar em conta o que está escrito na Palavra. As seitas heréticas tem uma facilidade enorme de arrebanhar certas pessoas porque simplesmente elas não questionam, e por não questionarem se tornam prezas fáceis e sem resistência nas mãos de hábeis manipuladores da verdade. Por isso antes de aderirmos a este ou aquele grupo levemos em consideração a sua saúde espiritual.  Jesus deixou bem claro que cegos não podem guiar cegos. Vejamos:

Deixai-os; são condutores cegos.   Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova" (Mt 15.14).


Esta é uma clara advertência que deve ser obedecida. Pessoas que não tem nada de Deus não tem, portanto,  nenhuma autoridade para ensinar ou discipular alguém. Infelizmente existem muitos aventureiros no meio dito evangélico que pensam o contrário. Destes indivíduos devemos nos afastar a passos bem largos se não quisermos ter a nossa vida espiritual comprometida com as suas obras infrutuosas. Sejamos, pois, como os crentes de
Bereia. Sempre questionadores e observadores da Palavra. Tal comportamento rende-lhes uma elogiosa citação nas Escrituras. Leiamos: 

"Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim" ( At 17.11). 


Será que estamos levando em conta o alto conceito da Palavra de Deus assim como os bereianos, ou ainda trilhamos no caminho obstinado de nossas própria escolhas pessoais?
Isso deve ser considerado como algo sério, uma vez que é muito temerário da parte de alguém brincar com sua vida espiritual sem atentar para as repercussões eternas que tal desleixe pode produzir. As Escrituras ensina claramente sobre a lei da semeadura. Fato que é algo inexorável. O que alguém planta, isso também colherá". Paulo declara:



"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna" ( Gl 6.7,8). 


Todos os nossos atos nas Escrituras tem as suas devidas consequências. A incontinência  no tocante a obervação da admoestação bíblica sempre trará consigo o seu alto preço. Relembremos a história do filho pródigo e de sua escolha precoce pela herança do pai. Imaginava que livre do cuidado paterno seria bem sucedido e alcançaria exito em todas as suas aspirações. Provérbios já deixara bem claro que "o filho entregue a si mesmo é filho que envergonha" ( Pv 29.15) e, fazendo jus ao aforismo bíblico, foi isso o que aconteceu. Entregando-se à orgia gastou todos os seus recursos com às meretrizes e "amigos" vindo à extrema penúria. Quem sabe naqueles momentos diante das alfarrobas que os porcos comiam e, que a sua alma também deseja para saciar-lhe a fome, não pensou na loucura de sua escolha obstinada e, ali mesmo, decidiu-se buscar refugio novamente nos braços do pai que tão arrogantemente rejeitara? Para ele também vale a máxima:


    "Inteligente é aquele que aprende com os erros que cometeu, mais inteligente, ainda, é aquele que aprende com os erros dos outros"


No caso do filho pródigo teve que aprender com a sua própria experiencia. No entanto, tal experiência foi fundamental para mudar-lhe o caráter afim de forjar um homem mais sóbrio e menos apegado às coisas de somenos importância para a vida. Nas fornalhas divinas são forjadas as melhores ferramentas para o seu uso. O fato de termo errado uma primeira vez não constitui entrave para toda uma vida. Reconhecendo-se o erro e tendo-se a humilde disposição para o arrependimento, Deus sempre estará disposto a revelar um novo caminho a ser seguido baseado em sua vontade e direção. 

Portanto, ainda que você tenha se desviado ou se afastado em algum momento da rota pretendida, tenha em mente que só o Senhor pode endireitar os seus caminhos. Ponha-se agora mesmo diante dele, reconheça o seu desvio e se arrependa de todo o seu coração confessando-lhe a apostasia. Sua vida dará uma nova guinada e a sua existência voltará a ter sentido quando assim fizeres. Amém!



Soli Deo Gloria!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O RELÓGIO DE MERKEL





A Alemanha habita um paradoxo. É o país decisivo para a Europa sair desta crise vital, ao mesmo tempo que é o obstáculo principal à sua solução. Contudo, nenhum outro país sabe melhor do que a Alemanha que o caminho da Europa vacila entre o federalismo e a desintegração catastrófica. Quando a chanceler Merkel comemorou o seu 35.º aniversário, ainda na ex-RDA, no lado de lá do muro existia um país inimigo. Se a Guerra Fria tivesse atingido o ponto de ebulição, os primeiros combates seriam entre os alemães da NATO e os alemães do Pacto de Varsóvia. Em vez disso, a RDA acrescentou cinco estados federados à RFA. 

O grande filósofo Habermas usou, nessa altura, a expressão "patriotismo constitucional". Do que a UE precisa é de um tratado federal que permita unir os cidadãos europeus numa comunidade de destino. Merkel sabe isso, mas o seu relógio está atrasado. Ela fala de uma união política para um futuro indeterminado, quando precisamos dessa união no prazo máximo de três anos. Relvas está tão enganado como Sócrates esteve. Temos de falar com os gregos, os irlandeses, os espanhóis, os italianos... É tempo de acabar esta guerra absurda da "dívida soberana"! É preciso dizer à chanceler Merkel que urge sincronizar os nossos relógios.



Artigo de  opinião de Viriato Soromeno Marques publicado no Diário de Notícias de Portugal  









Meu Comentário: O mundo assiste atônito o desenrolar da crise mundial que desbancou inúmeros países considerados em outros tempos ricos, mas que agora amargam índices de crescimento grotescos ou quase à beira da estagnação. Rebaixados pelas agências de rating à lixo, estes entes federativos procuram desesperadamente enxugar suas dívidas por meio de medidas austeras e impopulares de aumento de impostos, diminuição de salários, demissões em massa, e outras medidas paliativas para tentar estancar o sagramento que há muito ameaça a estabilidade do bloco Europeu.O cenário de crise mundial conclama todos os países na zona do euro a se ajudar mutuamente. É hora de deixar de lado certos entraves políticos e ideológicos no afã de se buscar uma saída que possibilite o crescimento econômico sólido com base na responsabilidade fiscal e numa distribuição de renda justa que atenda com equidade a todas as classes trabalhadoras há muito aviltadas pelos governos.Isso, no entanto, não é tarefa fácil. Colocar a casa em ordem depois da bagunça generalizada envolve uma série de atitudes e compromissos sérios, que se não levados a efeito pelos dignatários destas nações, levarão a resultados ainda mais imprevisíveis a longo prazo. O fato de se receber socorro econômico em altas somas de dinheiro pode ser tão perigoso quanto dar uma calote na dívida. Ambos são armas de dois gumes e devem servir como elemento inibidor de qualquer ação pródiga de gastos bem como de intemperança no tocante a administração destes recursos. Se o euro der com os burros n'agua será por incompetência dos governos e não pela ausência de possibilidades à mão. 






   

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PÁSSAROS MATUTINOS




Estes seres alados
são partes das manhãs
encrustradas de canto

Livres quais anjos
em jardins de vida
agraciados por orvalhos
de auroras imorredoiras
que nascem no meu coração
e descansam no ser infinito


São etéreos figurantes
benfazejos
peças do intrincado
balé dos mundos
dos quais em estonteante
canto
vos fazeis representar


Geovani F. dos Santos
(15/02/2012)

TEMPO INFINITO




Ali parado em meu tempo infinito.
Anacrônico em infinitesimal 
devaneio  percebendo cores e espaços
e sabores mais gentis.

Me lanço ao sonho
num sorriso juvenil
para desvendar a alma
de um poeta.

Ato criativo?
Estro?
Não, apenas ternura! 

Deixo pois minhas idéias
em recipientes translúcidos.
Que sejam lidas ao rufar dos tambores,
nas plácidas manhãs irmãs de verão,
nos folguedos mais ligeiros,
nas horas impensadas,
nos lagos mais profundos,
nas ondas em delírio,
em som de poesia  e nada mais.

Quando pois ouvirdes o som,
deixeis vossa vaidade despida,
vossos ataúdes de orgulho,
vossas penumbras pálidas,
vossos sonhos desfeitos,
para serdes meus conservos no reino das canções.
De onde ninguém vive sem apreciar
o néctar de célicas melodias.


Geovani F.dos Santos
(15/02/2012)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O TERROR EUROPEU




Quem se interesse pela literatura de terror sabe que uma das técnicas expressivas mais usadas é a produção de um efeito de contraste brutal entre expectativas e realidades. Alguém caminha por uma rua familiar e, subitamente, descobre que o lugar antes conhecido se transforma num labirinto perigoso e hostil. No domingo passado, foram as mãos de civis gregos a repetir o gesto dos soldados de Xerxes, incendiando alguns dos edifícios mais belos do centro de Atenas, no meio de uma verdadeira batalha urbana.

No Parlamento, Evangelos Venizelos explicava a necessidade de aprovar mais um pacote de austeridade nos seguintes termos: "A questão não é a de saber se alguns salários e pensões vão ser reduzidos, mas sim a de saber se esses salários e pensões reduzidos poderão ser pagos..." Em Espanha foi aprovada uma nova lei laboral que propõe brutais reduções salariais, conferindo ao patronato um poder discricionário que só vai aumentar a belicosidade social.

Em Portugal, mesmo com as promessas paternalistas de Schäuble, o sofrimento social aumenta todos os dias. A narrativa europeia foi, durante mais de meio século, a da paz sob o império da lei, do progresso social, da convergência económica. Como num filme de terror, a moeda comum tornou-se uma masmorra onde manda a força nua, perante o sono profundo das leis e instituições comunitárias. Cresce a desigualdade entre nações, e, dentro destas, entre as classes sociais. A Europa move-se, mas para trás. Parece que regressámos aos tempos de smog e pobreza dos personagens de Charles Dickens. Quem trouxer Oliver Twist para a Europa do século XXI levará consigo também Marx e Bakunine. Por este caminho, a Europa terá um trágico passado à sua frente.



Artigo de Viriato Soromeno Marques publicado no Diário de Notícias de 
Portugal






Meu comentário: A crise grega ameaça o equilíbrio e a existência da Comunidade  Européia. O atual caos que se estabeleceu demonstra a fragilidade dos pilares sobre os quais a Europa cimentou suas estruturas políticas e econômicas. O futuro róseo que era decantado pelo bloco tornou-se pálido ante a expectativa de uma quebradeira generalizada e sem precedentes que levará todo o conjunto monetário a amargar seus piores pesadelos possíveis, num cenário de miséria e recessão inimagináveis. Ninguém pode prever o que acontecerá. Uma coisa é certa, o modo de vida das famílias europeias baseado na sociedade de bem-estar e em gastanças exorbitantes patrocinadas por seus governos chegou ao fim. A farra acabou. O que resta agora é catar os pedaços e reconstruir um novo modelo econômico responsável e mais humano em sua distribuição de renda, que contemple os trabalhadores e menos favorecidos se isso for verdadeiramente possível. O que eu acho muito  difícil de acontecer nesta sociedade globalizada dominada por uma elite que concentra para o seu bel prazer todo o dinheiro do planeta.


Acontece que o monstro já está às soltas  e faz suas vítimas com  ferocidade mortal. O quadro de desesperança é tão grande, que trabalhadores desesperados com a diminuição de seus salários ou mesmo com as possíveis demissões que estão  a caminho fizeram das ruas gregas uma verdadeira zona de guerra, com enfrentamentos, incêndios e muita pancadaria. Em nome da salvação da pátria sacrifícios serão exigidos. O povo grego sentirá na carne as consequências do pacote aprovado pelo parlamento. Se a Grécia não conseguir estancar a enchente ou mesmo deixar a zona do Euro como já se especulou antes, é imprevisível o que acontecerá. Insustentáveis as coisas já estão, só resta saber se tornarão um pesadelo terrificante para uma Europa já em transe.















TRANSES



Nasceu em um sonho
qual flor em jardim
Se deu aos fracos e pobres
num afã de cordialidades
Galgou todas as dores do mundo
com voz de carpinteiro

Ei-lo em revezes
transtornado em dores e tentação.
No jardim de belezas encontrou angústias
para, enfim, tomá-las em cálice de fel




Geovani F. dos Santos (14/02/2012)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

T.S. Eliot, ou o cristão no circo pagão



Em Ensaios Escolhidos, podemos encontrar um texto muito atual de T.S. Eliot: “A ideia de uma sociedade cristã”. Este ensaio de 1939 é um ótimo buraco da fechadura para observarmos os dilemas do cristão na sociedade de 2011.
Eliot dizia que o cristão tem de tentar influenciar a sociedade do seu país a um nível pré-político. Ou seja, não estamos perante a defesa de um Estado cristão, mas ante a defesa de uma sociedade cristã, uma sociedade com o seu centro vital amarrado a valores cristãos. Eliot, aliás, afirmava que é mais importante a existência de uma sociedade cristã do que a existência de governantes cristãos. Porquê? Numa sociedade cristã, um político pagão não consegue impor leis anti-cristãs, porque o tecido social não o permite. Ao invés, numa sociedade pós-cristã e pagã, um governo de políticos cristãos já não tem hipótese, pois está rodeado por uma sociedade que despreza o moral cristã.
Portanto, Eliot afirmava que um cristão deve actuar na sua sociedade, porque o cristianismo é a última linha de resistência contra o mau governo, contra o “governo totalitário pagão”. Tudo bem? Tudo mal. Eliot já tinha o problema que aflige os cristãos europeus de hoje: a sua sociedade já era pagã. Eliot queixava-se da ausência de fé nas massas, e, como se sabe, esta queixa é recorrente na atualidade. Em 2011, tal como em 1939, a sociedade já não é cristã, logo, o Estado projecta-se através de leis que ferem a ética cristã. Sim, tal como no tempo de Eliot, ainda existe uma “Comunidade de Cristãos”, mas já não existe uma “Comunidade Cristã”. O processo de descristianização das sociedade europeias, que estava a atingir a maturidade no tempo de Eliot, é hoje uma realidade mais do que madura. Maduríssima. Há muito que não existe um ethos cristão a limitar a ação do Estado e dos governantes.
Ora, quer em 1939, quer neste século XXI, o afastamento das sociedades em relação ao ethos cristão não se deveu apenas às investidas das hordas pagãs. A preguiça, digamos assim, dos cristãos também deve ser considerada enquanto causa da decadência da fé.
(Adaptado de um texto de Henrique Raposo, Expresso)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O HOMEM E A CRUZ






Andou por estas praias como nós.
De vestes compridas e olhar profundo,
divisando em relances o fulgor da eternidade.

Suas faces suaves
de ternura lavrada,
destilavam o mel de profundas verdades
que seriam incrustadas nos olhos dos corações dos homens
em dormência.

Não tinha ambições,
tampouco pendores ambíguos em seu peito.
Seu único alvo talhado n’alma,
seria salvar os homens
no destino da cruz.

Ei-lo a caminho!
Posso ver serpentes e escorpiões lhe espreitar!
Mil criaturas do mal a marcar-lhe
o passo

Ele, mansueto, persegue aquela cena
imposta por pena eterna, dizendo:
O Pai assim decreta:
Que venha a cruz!


sábado, 11 de fevereiro de 2012

MIL SÓIS



No brilho de  teus sóis armo meus versos
num arfar de delícias incontidas
Quais manhãs diáfanas de primavera
quando os pássaros doiram de vida os prados alcantis
num assomo de mil gorjeios

O alvor de tua candura
assaz me envolve
canções angélicas entoam-se aqui
ergo-me a ouvi-las
são ensaios
das melodias do porvir


Teus  jardins luzidios se entrelaçam
num amalgama de eternidade e placidez
que se me dará a sentir aromas
das flores que cintilam além... 

Por Geovani F. dos Santos (11/02/2012)