______________________________________
ANÁLISE DE TEXTO
RJ, 20.12.12
Por Alberto Couto Filho
RCA 10722/06
______________________________________
Sorte minha!
Eu amo (em Cristo Jesus) o autor, circunstância em que, para Sartre Jean-Paul, a abstenção da severidade não tem aceitação na crítica literária de boa cepa. E dai? Se p’ro bem do poeta, obrigo-me, assentindo com Tiago, o “joelho de camelo” – por que pecar?
Quadras, tercetos, dístico, rima branca; Nas estrofes versos livres/brancos, heterométricos, em linhas opositoras naturais à prosa, essa escrita contínua, não pausada. Em função, em essência e sentimentos transmitidos, leio a pura poesia; a bela arte; a arte imitativa, diria Aristóteles; ignoraria Platão.
Ela, a manhã, cálida como a lembrança, enquanto quente a produzir calor; Ele, intenso, expressivo, apaixonante até; humor sanguíneo/artesão, corajoso, amoroso, a expressar, intimamente, ambições e desejos;
O horizonte, Tróia, sua cirurgia-guerra, extensão da sua sensibilidade, cede lugar ao horizonte de esperanças e perspectivas futuras na volta à faina. É a vida.
Giovani Santos, desalento inspirador à caça de rápidos fulgores num repente brilhantismo de uma ideia (só sua). Ele aspira por luz difusa do céu, no limiar do texto e, acordado de um cândido sonho, lança-se ao mar convalescendo. Prenuncia uma Odisséia qual Odisseu, Ulisses. Acompanham-no, sem sair de Ítaca (“sua” Cabo Frio): Penélope, o Pai Eterno, Seu Filho e o Espírito Santo.
Mas, prossigo dando tratos à bola sem, ainda, estar certo de entender, da mensagem a sua essência. Critiquem–me;critiquem minha crítica por ser prolongada. Débora e Baraque veem em meu socorro, estendendo seu cântico, em Jz 5:3; Digo, comparsa que sou de Shakspeare:
“Prestai-me ouvidos”!
Lírica/Lirismo emotividade na 1ª pessoa, amálgama do epopeico com o “esperar no Senhor”, crença maior, a sua lira, em acentos de subjetividade, todavia, vê-se algo mais no alvorecer do subjetivo da obra, desperto no íntimo do âmago do poeta.
Seu estado d’alma, a sua poesia denuncia sentimentos e emoções por ele vividas – discurso a exigir análise mais acurada no afã de revelar o propósito do autor.
Barafundo-me, aparvalhado!
Geovani não é assim, cismo, matutando. Geovani é “Apostasia Escancarada”; é “Marionetismos Ideológicos”, “Entre o Santo e o Profano”. Conheço-o (?) de irrepreensível prolixidade sim, contudo destituída de qualquer resquício de superfluidade, sem arredar sentidos nem palavras desviar, como nesta sua “Cálida Manhã”. O pendor (Eisntellung) para a poesia é revelado no emotivo expresso no texto e nas fabulações da sua obra poética.
Com mestria, com ardente sentimento, ele fabula um tipo de romance quimérico, excêntrico e original como ele, imaginária aventura vivida em curto estro poético, em substituição a outra denúncia oferecida (autopromovida); Vã tentativa de suprir ou suprimir uma verdade real (a dor pós-cirúrgica), em escrito descompassado e sem ritmo, que lhe veio n’alma, exprimido em retórica alheia à métrica.
A dor sendo metaforicamente compensada; Do poente ao alvorecer, o alegre renascer, o recomeço, a antevisão de que está por vir, em compensação, dias prazerosos (bravos!).
De novo ao mar. Agora “Alguém” e não mais “Ninguém”; Homero por Cervantes; Ulisses por Quixote, nos ombros do Senhor dos Exércitos, posição da qual Geovani nunca se afastou.
O autor sabe que, em suas andanças pela vida, terá de lutar contra Polífeno, Eolo e outras potestades infernais, mas ele nada teme.
Seu destemor advém da fé e confiança na rocha que é Jesus, vivo entre nós, e não em “falésias moldadas pela erosão do mar”.
Giovani F Santos é um vencedor em Cristo Jesus
Magnífica crítica do irmão Alberto Couto Filho ao poema "Cálida Manhã", escrito por mim neste blog.