Por
Geovani Figueiredo dos Santos
Os
Jogos Olímpicos de 2016, são a resultante de um período político em que se
pensava que a estabilidade e o crescimento econômico perdurariam no Brasil
indefinidamente, alavancando-o a potência de primeiro mundo em questão de
tempo. Em 2009, quando o Rio de janeiro desbancou Madri,
Tóquio e Chicago e se tornou o país sede do evento, todos os holofotes do mundo
foram voltados para os trópicos.
A
época, o então presidente Lula, incensado à estrela política mundial e
reconhecido líder emergente, propagandeou com
insistente engajamento político e apoio de inúmeros setores da sociedade a ideia
de vender a imagem do Brasil como virtual candidato a sediar o evento. O
esforço do então estadista-astro brasileiro tomou corpo, tornando-se realidade
concreta em 2009, como já dissemos.
O
boom econômico vivido pelo país naquele momento foi decisivo para cimentar a
escolha e dar sustentação à candidatura. Com a economia da nação turbinada, a
sensação de otimismo tomava conta de todos os brasileiros, abrindo caminho à
consumação do sonho.
No
plano político e econômico, o presidente Lula implementara inúmeras medidas que
possibilitaram a melhoria das condições de existência da maioria da população,
que passou a ter acesso a bens de consumo e ascensão social. Os programas
sociais instituídos pelo então governo populista do PT, deram uma guinada considerável
a esta pretensão e os indicadores previam como certo de que o Brasil se
tornaria a quinta economia do mundo, suplantando a Grã-Bretanha e a França.
A
abertura dos Jogos está prevista para 5 de agosto e já não há nenhum motivo
para festa dos brasileiros. Com o Estado do Rio de Janeiro mergulhado numa
imensa crise política, econômica e social e o pais vivendo num abismo
institucional com escândalos estourando por todos os lados, envolvendo inúmeros
figurões do poder, parece que o tiro saiu pela culatra.
O
frenesi do passado deu lugar ao desespero e o otimismo dos brasileiros, no
mesmo compasso, foi substituído por uma profunda sensação de insegurança quanto
ao futuro. Segundo o jornal Americano, The
New York Times, o PIB brasileiro
encolheu 3,8% no ano passado e pelo andar da carruagem continuará encolhendo. Dificilmente,
conforme já constatado, os países que sediam Olimpíadas recuperam
os gastos dispendidos. O Brasil já desembolsou 28,9 bilhões, mas cogita-se
que os gastos sejam bem maiores, algo na casa de 39,1 bilhões. Destes bilhões
gastos, segundo Andrew Zimbalist, economista especializado em esportes do
SmithCollege em Massachusetts (EUA), o Rio recuperará apenas 9 bilhões. O
restante, diga-se de passagem, será pago por todos nós!
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