sábado, 2 de julho de 2016

OS JOGOS DA VERGONHA



Por Geovani Figueiredo dos Santos



Os Jogos Olímpicos de 2016, são a resultante de um período político em que se pensava que a estabilidade e o crescimento econômico perdurariam no Brasil indefinidamente, alavancando-o a potência de primeiro mundo em questão de tempo.   Em 2009, quando o Rio de janeiro desbancou Madri, Tóquio e Chicago e se tornou o país sede do evento, todos os holofotes do mundo foram voltados para os trópicos.

A época, o então presidente Lula, incensado à estrela política mundial e reconhecido líder emergente, propagandeou   com insistente engajamento político e apoio de inúmeros setores da sociedade a ideia de vender a imagem do Brasil como virtual candidato a sediar o evento. O esforço do então estadista-astro brasileiro tomou corpo, tornando-se realidade concreta em 2009, como já dissemos.

O boom econômico vivido pelo país naquele momento foi decisivo para cimentar a escolha e dar sustentação à candidatura. Com a economia da nação turbinada, a sensação de otimismo tomava conta de todos os brasileiros, abrindo caminho à consumação do sonho.

No plano político e econômico, o presidente Lula implementara inúmeras medidas que possibilitaram a melhoria das condições de existência da maioria da população, que passou a ter acesso a bens de consumo e ascensão social. Os programas sociais instituídos pelo então governo populista do PT, deram uma guinada considerável a esta pretensão e os indicadores previam como certo de que o Brasil se tornaria a quinta economia do mundo, suplantando a Grã-Bretanha e a França. 

A abertura dos Jogos está prevista para 5 de agosto e já não há nenhum motivo para festa dos brasileiros. Com o Estado do Rio de Janeiro mergulhado numa imensa crise política, econômica e social e o pais vivendo num abismo institucional com escândalos estourando por todos os lados, envolvendo inúmeros figurões do poder, parece que o tiro saiu pela culatra.  


O frenesi do passado deu lugar ao desespero e o otimismo dos brasileiros, no mesmo compasso, foi substituído por uma profunda sensação de insegurança quanto ao futuro. Segundo o jornal Americano, The New York Times, o PIB brasileiro encolheu 3,8% no ano passado e pelo andar da carruagem continuará encolhendo. Dificilmente, conforme já constatado, os países que sediam Olimpíadas recuperam os gastos dispendidos. O Brasil  já desembolsou 28,9 bilhões, mas cogita-se que os gastos sejam bem maiores, algo na casa de 39,1 bilhões. Destes bilhões gastos, segundo Andrew Zimbalist, economista especializado em esportes do SmithCollege em Massachusetts (EUA), o Rio recuperará apenas 9 bilhões. O restante, diga-se de passagem, será pago por todos nós!          

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