Por Geovani F.dos Santos
Em entrevista ao Globo, o
ex-ministro da cultura da França e diretor do Instituto Mundo Árabe, Jack Lang,
falou sobre os ataques terroristas e a onda de radicalismo que assola o mundo.
Perguntado de quem era a culpa por tudo isso, Lang foi incisivo, apontando o
ex-presidente George W. Bush e a sua política desastrada no Iraque como
responsável pela emergência do Estado Islâmico. Segundo Lang, o processo
político que se realizou após a queda do ditador iraquiano Sadam Hussein, foi
marcado pela influência da religião e do sectarismo faccioso, que excluiu do
processo eleitoral os sunitas, dando margem a uma cisão perigosa que culminou
na ascensão do radicalismo islâmico e no atual quadro de beligerância no
Oriente Médio. A desestabilização do Iraque foi o trampolim para que a situação
política saísse do controle e grupos marginais entrassem no cenário conturbado
do pais para espalhar o caos e o terror, que, depois estendeu os seus
tentáculos sobre o Continente Europeu.
Em seu discurso esquerdista de
oposição, Jack Lang se opõe à política de Hollande e é avesso a ideia de se
enviar tropas terrestres para combater o EI. De acordo com ele, o correto seria
continuar dando apoio logístico e financeiro aos insurgentes, para que estes
continuem a luta contra os terroristas em solo Sírio. No entanto, reconhece que
esta ajuda tem sido tardia, o que de certo modo permitiu que os criminosos
radicais do EI se fortalecessem e tomassem o controle de grandes extensões
dentro do território sírio e no Iraque.
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