Por Geovani F. dos Santos
O governo
de Dilma Rousseff segue atarantado, envolto no difícil dilema de manter-se no
poder à duras penas, sacrificando-se ao máximo em manobras fisiologistas e
concessões políticas que aplaquem a voracidade dos seus adversários. No
entanto, torna-se evidente que estes malabarismos são apenas uma espécie de
paliativo que produz uma ação de alívio momentânea, todavia, não é capaz de
resolver o problema em definitivo. Logo após uma aparente melhoria do quadro,
os sintomas podem vir acompanhados de mais virulência e de suas consequências
imprevisíveis. Enquanto o governo caminha na corda bamba e preocupa-se com as
amenidades do poder, ainda não conseguiu demonstrar bom-senso no que tange ao
rumo que dará à nau brasileira ou que medidas levarão a combalida economia da
pátria novamente ao caminho do crescimento.
A
incapacidade de enxergar o óbvio e a inabilidade de se autogerir em decisões
importantes, passam a ideia de que Rousseff é teleguiada por vontades alheias a
sua própria vontade, o que, por sua vez, dariam a nítida impressão de sua
pusilanimidade política e também de sua incompetência administrativa no lidar
com a máquina pública. Afinal de contas,
ela seria considerada um mero fantoche do PT, um verdadeiro títere habilmente
manipulado pelo seu antecessor e mentor Lula, que continua a dar pitacos em seu
governo, sugerindo-lhe que se faça isso ou aquilo. Se a mandatária seguir as
instruções bisonhas do molusco correrá o risco de colocar a corda da forca
definitivamente ao seu pescoço e ir para o cadafalso, decretando o seu suicídio
político e, com efeito, dando munição para que a oposição deflagre o
impeachment.
Lula não
aprova as medidas adotadas por Joaquim Levy e até já sugeriu a demissão do
ministro alegando que o discurso dele é um discurso de quem “perdeu as eleições
ano passado”, “desesperançado”, não vendável e, que, por isso, sua validade já
foi vencida. O molusco acredita que o ministro é muito austero em sua forma de
atuação e o seu ideário destoa das políticas populistas adotadas pelo PT
durante toda a sua trajetória no poder. O ex-presidente não aceita ajustes ou
quaisquer mecanismos de controle, fato que caracterizou os anos de seu governo
em que se adotou medidas de estímulo de crédito levando a população a gastança
e vendendo falsa sensação de que o governo conseguiu retomar a economia.
O economista Rogério Furquim Werneck em artigo de opinião em O Globo de 23/10/2015, escreveu:
Tudo indica, contudo, que a presidente Dilma já percebeu que ter Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda é um dos poucos fatores que ainda vêm impedindo que ela se afogue de vez. E que, se levar adiante a reorientação de política econômica preconizada por Lula e pelo PT, é difícil que possa sobreviver aos desdobramentos políticos da grave deterioração adicional do quadro econômico que, mais uma vez, ela mesma terá desencadeado.
Pelo visto, e, como se pode depreender do texto acima, Levy ainda é a última tábua de salvação para a presidente Dilma. Com ele em seu governo, apesar de toda a oposição e fogo amigo, ela ainda pode respirar mesmo com alguns atropelos. Ninguém pode declarar quanto tempo durará este casamento e se Dilma conseguirá, mesmo com a ajuda dele, conduzir o Brasil para fora do buraco em que está abeirado. Torçamos pelo melhor!
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